O morango pode até ficar ao lado de outras frutas na feira, no mercado e nos hortifrútis, e ser chamado assim por muitos brasileiros na hora de vender ou comprar. Mas sabia que ele é um falso fruto — e dos mais sensíveis: não cresce se fizer muito calor e não nasce com frio intenso? O g1 te explica tudo no vídeo acima.
Esta é a terceira reportagem da nova temporada da série De onde vem o que eu como. O vídeo começa na “capital nacional do morango”, a cidade de Atibaia (SP), que faz uma festa especial onde tem até “estrogonofe” feito com o alimento. E termina nas plantações desta cidade e da vizinha Jarinu, onde você vai entender os dois jeitos de cultivar morango, como já tem plantação usando alternativas aos agrotóxicos… e ver até morango branco.
E leia outras informações sobre o alimento abaixo, na continuação da reportagem.
Mais curiosidades sobre o morango
Variedades – por que um morango é maior que o outro? Isso não depende de onde ele é plantado, mas da variedade. Existem centenas delas, que se diferenciam pelo tamanho, textura e pelo sabor. No Brasil, os produtores costumam importar as seguintes: San Andreas, Oso Grande, Camarosa, Aromas, Albion e Camino Real.
Produção no Brasil – o morangueiro é uma planta pertencente à família das rosáceas — não é a flor, não. É a mesma da macieira, da pereira e do marmeleiro.
É uma planta nativa das regiões de clima temperado da Europa e das Américas e a a plantação no Brasil se expandiu nos anos 60, no interior paulista. A produção se concentrou em Jarinu e Atibaia. Outros grandes produtores são os estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Nutrientes – morango é um alimento com baixo valor calórico (cerca de 38 calorias por 100 gramas), porém muito rico em diversos nutrientes, como vitaminas C, A, B5 e B6. Dentre os minerais, o cálcio, potássio, ferro, selênio e magnésio são os de maior destaque na composição.
Plantio – é feito através de mudas, que devem ser obtidas por viveiristas idôneos, produtivas e livres de doenças e pragas. Elas devem ser produzidas em regiões altas e frias para assegurar a qualidade.
Plantação em campo aberto – a área deve ser em um terreno ligeiramente inclinado e com boa incidência de luz. Deve ser feito o encanteiramento do solo para dar forma aos canteiros.
Após o plantio das mudas, recomenda-se irrigar por aspersão. Depois, é recomendado irrigar por gotejamento. A colheita é iniciada cerca de 60 a 80 dias após o plantio, sendo feita de forma manual e diariamente.
Plantação em estufa – as mudas de morango são colocadas em bancadas suspensas e a plantação ocorre dentro de sacos plásticos ou vasos preenchidos com substrato, que pode ser casca de arroz queimado ou casca de coco.
Por estar longe do solo, a irrigação e a fertilização são feitas por gotejamento. Esse tipo de sistema se chama semi-hidropônico, que possibilita a melhor utilização do espaço na pequena propriedade.
Capital do morango – a lei que concede o título para Atibaia foi publicada no Diário Oficial no dia 28 de junho deste ano. O projeto de lei tramitava desde 2017. Com o título, a cidade passará a ter prioridade no acesso a recursos federais na área de infraestrutura para o turismo e promoção cultural. São 300 produtores de morango, entre aqueles que produzem mudas e aqueles que produzem a fruta no chão e de forma suspensa.
Fruta e fruto – fruto é uma estrutura formada pelo desenvolvimento de cada ovário da flor após a fecundação. O morango não vem de um ovário, mas do receptáculo floral, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). É o miolo da flor, e não fruto.
Também não é fruta, que é um termo popular usado para frutos doces e comestíveis, de acordo com a engenheira agrônoma Adriana Novais Martins. “Coloquialmente chamamos morango de fruta, mas na verdade não é”.
Por: Paola Patriarca e Fabio Tito, g1