Segundo reportagem da Bloomberg, a companhia francesa, dona de marcas como Activia e Actimel, está apostando que a tecnologia pode trazer respostas sobre quais bactérias amigáveis funcionam melhor e por quê, na tentativa de recuperar a receita e conquistar consumidores
Por Redação Época NEGÓCIOS
A Danone está investindo em IA para desenvolver seus produtos. Em uma nova instalação da empresa nos arredores de Paris, na França, pesquisadores colocam porções de iogurte em recipientes de vidro e tubos de plástico projetados para simular o intestino humano. Uma vez que as bactérias dentro mostram que podem sobreviver aos sucos digestivos, a inteligência artificial é colocada em ação para sondar seus potenciais benefícios à saúde. As informações são da agência de notícias Bloomberg.
A companhia, dona de marcas como Activia e Actimel, está apostando que a tecnologia pode trazer respostas sobre quais bactérias amigáveis funcionam melhor e por quê, na tentativa de recuperar receita e conquistar consumidores cada vez mais cautelosos com os alimentos processados. A unidade de lácteos sofreu queda de volumes em sete dos últimos nove anos, segundo a reportagem. O volume de vendas na divisão – o maior da empresa – caiu 4% no ano passado.
A Danone aposta que sua experiência em laticínios e sua própria biblioteca de bactérias lhe darão uma vantagem sobre rivais como a Nestlé. A empresa gastou cerca de US$ 100 milhões na nova instalação, inaugurada em fevereiro, reunindo o laboratório de pesquisa que abriga o estômago do robô, espaços de coworking e uma área de testes de consumo, informa a Bloomberg.
Em colaboração com parceiros como a Universidade da Califórnia em San Diego e o projeto Le French Gut, os laboratórios da Danone obtiveram acesso a amostras de perfis de saúde de pacientes para que a IA pudesse analisar seus microbiomas.
O estômago artificial da Danone rastreia a jornada que os probióticos fazem depois que saem do pote de iogurte, segundo a Bloomberg. Contido em uma caixa de vidro do tamanho de um torso, o estômago simula a absorção dos alimentos durante o processo digestivo. Ele ajuda a Danone a determinar quais candidatos suportam ácidos e enzimas estomacais, avaliando sua capacidade de se estabelecer no intestino.
As bactérias promissoras são estudadas mais a fundo para ver como elas interagem com as fibras e vitaminas dos alimentos. Segundo a repórter Dasha Afanasieva, que visitou as instalações da companhia, a Danone não permite que o estômago, desenvolvido com a empresa holandesa TNO, seja fotografado.
O aprendizado de máquina assume depois para encontrar conexões entre as bactérias escolhidas e as condições de saúde. A IA analisa amostras de fezes, históricos médicos e descobertas científicas anteriores, procurando links para qualquer coisa, desde perda de peso até imunidade.
Parte da IA ainda está em desenvolvimento para pesquisas diferentes, mas relacionadas, como avaliar a qualidade da flora intestinal de bebês com base em fotos de suas fezes para melhorar a qualidade da fórmula infantil. Os parceiros da Danone incluem a plataforma Azure, da Microsoft, e Amazon Web Services, da Amazon.
Fonte: Época Negócios