sexta-feira,22 novembro, 2024

Cúpula das Três Bacias começa com expectativa de formar coligação para garantir proteção das principais florestas tropicais

As bacias da Amazônia, do Congo e do Bornéu-Mekong possuem 80% dos ecossistemas e dois terços da biodiversidade da Terra

Começou nesta quinta-feira (26), em Brazzaville, na República do Congo, a Cúpula das Três Bacias. A expectativa é que, durante o evento, seja formada uma coligação de líderes das bacias florestais da Amazônia, do Congo e do Bornéu-Mekong, no Sudeste Asiático, para discutir como financiar a proteção destes locais.

Fran Price, líder global em práticas florestais da WWF, afirmou à AP que espera que a cúpula vá além de discussões sobre o que têm sido feito e que as economias presentes apresentem planos concretos e viáveis que demonstrem responsabilidade e transparência. “É imperativo que todos os governos nas regiões e fora das regiões utilizem esta plataforma para trabalharem juntos”, enfatizou, complementando que o setor privado e a sociedade civil também devem participar.

Países da bacia detêm 80% das florestas tropicais do mundo

Os países das bacias da Amazônia, do Congo e do Bornéu-Mekong possuem 80% das florestas tropicais e dois terços da biodiversidade da Terra, segundo o World Wildlife Fund.

Porém, como destaca reportagem da AP, a degradação florestal – principalmente por conta da exploração madeireira e, mais ainda, da agropecuária –, a perda de espécies nativas e os fenômenos meteorológicos extremos alimentados pelas mudanças climáticas colocam as florestas sob uma enorme pressão e põem em risco as economias locais e a segurança alimentar.

No Brasil, por exemplo, regiões ao redor do Rio Amazonas têm sofrido com uma seca extrema, fruto da combinação do fenômeno El Niño com o aquecimento da temperatura.

O ClimaInfo pontua que é impossível cumprirmos o Acordo de Paris sem estes locais, já que eles têm o potencial de proporcionar cerca de um terço da mitigação climática por meio da captura e armazenamento de carbono e do resfriamento da superfície da Terra, promovem a regulação dos ciclos hidrológicos e dos padrões climáticos locais e regionais.

Arlette Soudan-Nonault, ministra do Meio Ambiente do país anfitrião, disse ao Um Só Planeta durante passagem pelo Brasil para participar da Cúpula da Amazônia, em agosto deste ano, que “desfrutamos de ecossistemas que representam a regulação do clima mundial” e que, atualmente, “sem levar em conta a Amazônia, a Bacia do Congo e a de Bornéu, no Sudeste Asiático, não há mais planeta”.

Arlette Soudan-Nonault, ministra do Meio Ambiente do Congo — Foto: Marcio Nagano
Arlette Soudan-Nonault, ministra do Meio Ambiente do Congo — Foto: Marcio Nagano

Esses ecossistemas ainda servem de lar e fornecem recursos naturais que sustentam a subsistência de mais de 1,2 bilhão de pessoas, inclusive comunidades indígenas, ao redor do mundo.

No entanto, o nível de financiamento atual para a proteção e a restauração de florestas tropicais não está sendo suficiente. Estimativas sugerem que são necessários US$ 460 bilhões (aproximadamente R$ 2,3 trilhões) anuais para todos os tipos de proteção e restauração florestal em todo o mundo (não apenas para as florestas tropicais), sendo que os cálculos de financiamento até 2022 são menos de 1% desse valor.

Texto: Redação, do Um Só Planeta

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