Sabe aquela película prateada que tem dentro das caixinhas de leite e suco, por exemplo? Embora seja mais fina do que um fio de cabelo, ela contribui para um terço das emissões de gases de efeito estufa das embalagens, segundo a Tetra Pak, maior fornecedora mundial de recipientes do tipo.
Para reduzir esse impacto, por meio do aumento do conteúdo renovável das embalagens cartonadas, fabricantes do setor vêm trabalhando em busca de alternativas ao alumínio para essa camada, que desempenha papel importante na segurança dos alimentos.
Na Tetra Pak, após 15 meses de testes e análises, desde o fim de 2020 uma barreira em polímero foi validada no Japão para substituir o alumínio. Agora, a empresa também testa uma opção à base de fibra. O primeiro lote piloto está sendo testado e sua validação está programada para o final do ano.
Os resultados iniciais são promissores, apontando uma redução considerável de CO2 na comparação com as embalagens assépticas tradicionais, sem comprometimento à proteção do alimento e ao prazo de validade.
O feito é um marco nos esforços de sustentabilidade da Tetra Pak, que tem o objetivo de chegar a uma embalagem asséptica totalmente renovável, reciclável e neutra em carbono.
Em linha com a expectativa de parceiros e consumidores
O desenvolvimento da nova barreira, além dos bons resultados na emissão de CO2, aumentou o interesse das fábricas de papel, o que impulsiona o ecossistema da economia circular de baixo carbono.
“Construir uma jornada que prioriza a sustentabilidade e a segurança do alimento junto a soluções inovadoras fortalece nossa ambição em chegar à embalagem mais sustentável do mundo. Um caminho que só é possível em um trabalho em colaboração com nossos parceiros, olhando para toda a cadeia de valor”, disse o diretor de marketing da Tetra Pak Brasil, Danilo Zorzan.
Os estudos também vão de encontro às expectativas dos consumidores quanto à reciclagem: conforme a pesquisa Sustainable Packaging Consumer Research 2021, 40% dos consumidores citaram teriam mais motivação em separar o lixo para reciclagem se as embalagens fossem feitas totalmente de papel e não tivessem plástico ou alumínio.
Camada interna de alumínio responde por um terço das emissões de carbono das embalagens longa vida. (Tetra Recart/Divulgação)
Outras ações recentes
Para facilitar o descarte correto, a empresa lançou este ano as primeiras caixas cartonadas com tampas não removíveis. O novo modelo tem papel importante na redução de resíduos, uma vez que as tampas permanecem fixas à embalagem.
Até o final de 2022, o plano é equipar cerca de 300 linhas de envase com tampas não removíveis na Europa (no Brasil, a solução ainda não começou a ser implementada).
Mais inovações são os polímeros reciclados, que também estão sendo introduzidos no mercado, e os canudos de papel. Além disso, boa parte dos produtos da companhia usa, em tampas e camadas da caixinha, plástico proveniente da cana-de-açúcar de origem responsável.
Uma das embalagens do portfólio (para bebidas refrigeradas) já é 100% renovável e à base de plantas, o que resulta em uma redução de até 35% nas emissões de CO2 em comparação a uma embalagem padrão.
“Ano após ano, damos mais um passo em direção à embalagem do futuro. Seguimos comprometidos com a sustentabilidade e estamos otimistas a respeito dos avanços que estão por vir”, afirmou Valeria Michel, diretora de sustentabilidade da Tetra Pak Brasil e Cone Sul.
Por: Redação Exame