Em 2022, as cooperativas do agronegócio de Santa Catarina foram as que mais geraram empregos diretos e de receita operacional bruta, respondendo por 65% dos postos de trabalho e por 68% das receitas globais do sistema. É o que mostra o levantamento da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC) realizado junto às suas 250 associadas.
As 49 cooperativas agropecuárias do estado reúnem 81.629 associados e 57.376 empregados. Essas cooperativas tiveram receita operacional bruta de R$ 56,5 bilhões de reais e um crescimento de 15,7% em relação ao ano anterior. É o segmento mais intensivista em mão de obra e representa 65% dos empregados de cooperativas e 68% das receitas totais do sistema.
Importante papel no desenvolvimento do estado
Segundo o presidente da Cooperativa Regional Agropecuária Vale do Itajaí (Cravil), Harry Dorow, as cooperativas agropecuárias são importantes para o estado, porque fazem um trabalho importante no desenvolvimento e implementação de novas tecnologias voltadas ao aumento da produtividade bem como na comercialização da produção.
“Manter a viabilidade da pequena e média propriedade é de fundamental importância na produção de alimentos e para o crescimento econômico do estado, visão que mantém Santa Catarina com 1.13% do território nacional como quinto maior produtor do Brasil”, acrescentou Harry.
A Cravil é uma das cooperativas do setor agropecuário de Santa Catarina. Criada em 15 de maio de 1971, a cooperativa está presente em mais de 40 municípios, atuando diretamente no Vale do Itajaí, na região da Serra Catarinense, Foz do Rio Itajaí e Grande Florianópolis. Ao todo são 37 lojas agrícolas e supermercados e 17 unidades de recebimento e beneficiamento de cereais e leite.
“A Cravil tem a missão de promover o desenvolvimento econômico e social dos produtores associados, bem como, das regiões onde atua. Em 2022, recebeu em suas unidades de produção 3,9 milhões de sacos de arroz, soja, milho, feijão, trigo e semente de arroz. Pela unidade de recebimento de leite passaram 12 milhões de litros de leite. Atualmente, a cooperativa emprega cerca de 1000 colaboradores e conta com mais de 4 mil associados”, destaca o presidente da Cravil.
Crescimento acelerado
Nos últimos cinco anos, a Cravil cresceu 83%. Passando de um faturamento de R$ 572 milhões em 2018 para R$ 1,1 bilhão em 2022. Segundo o presidente Harry, este ano tem sido bom em termos de produtividade e de qualidade dos produtos, o clima tem colaborado de forma positiva e ajudado nesse aspecto.
“De um modo geral o ano tem sido positivo na área de cereais. O leite tem sofrido problemas adversos com variações muito altas nos preços e no consumo, também prejudicado pelo grande volume de importação no segundo semestre de 2022. Para a Cooperativa, mesmo diante dos desafios, podemos considerar um ano normal”, explica.
Desenvolvimento técnológico
O agronegócio no estado está cada vez mais inovador e buscando soluções tecnológicas para aprimorar a produção e melhorar a qualidade dos produtos. A Extensão Tecnológica da Cravil leva para diferentes regiões de Santa Catarina experimentos e ensaios na área da soja, milho, cebola, trigo e pastagens. A proposta é ampliar a pesquisa e o conhecimento que hoje já ocorre no Pólo Tecnológico da Cooperativa, em Lontras.
A partir das informações geradas em cada experimento, a Cravil consegue treinar a sua equipe técnica, os produtores de cada região e aperfeiçoar seu posicionamento técnico para cada cultura, ajustando-se para os tipos de solos, microclimas e outras variáveis de cada região.
Ações sociais voltadas às famílias que atuam no agronegócio
Um dos diferenciais do cooperativismo é valorizar o cooperado e buscar o desenvolvimento social e econômico de suas famílias. A Cravil, por exemplo, investe em assistência técnica, proporcionando experimentos em diferentes regiões, nas principais culturas, para oferecer informação aplicada a realidade dos produtores.
Além disso, há mais de 30 anos a cooperativa tem um relacionamento próximo com as mulheres cooperativistas, um trabalho pioneiro em Santa Catarina que envolve cerca de mil pessoas anualmente. As ações contam com um olhar direcionado para mulher como forma de reforçar o convívio social, exercitando a participação e as preparando para atuarem nos diversos segmentos e grupos comunitários, em especial, integrando os quadros de liderança da cooperativa.
Da mesma forma, a Cravil mantém um trabalho voltado aos jovens rurais cooperativistas, com promoção de eventos que estejam alinhados a necessidade de cada grupo.
Fonte: G1