Salva-vidas e policiais monitoram praia em Nova York com drones e emitem alertas para os frequentadores
As águas mais quentes e limpas da costa de Long Island, em Nova York, nos últimos anos trouxeram um número crescente de peixes-isca para a área –e com eles, os peixes maiores que os comem, incluindo tubarões.
De certa forma, é um bom sinal para o meio ambiente. Mas é uma história diferente para nadadores, surfistas e frequentadores da praia.
Autoridades de segurança em uma praia de Nova York estão aumentando o uso de drones para tentar evitar interações potencialmente perigosas entre humanos e tubarões.
Salva-vidas e policiais do Parque Estadual de Nova York em Jones Beach –um parque estadual que se estende por 10,5 quilômetros ao longo da costa sul de Long Island e recebe seis milhões de visitantes por ano– estão usando a tecnologia para monitorar as águas ao largo da costa. Quando avistam tubarões ou atividades marinhas incomuns, eles podem alertar os nadadores para evitarem a água.
O programa de rastreamento começou em 2017, mas assumiu uma nova urgência após uma onda de ataques de tubarão nas praias de Nova York neste verão.
Embora o risco de ser atacado por um tubarão permaneça baixo, apenas esta semana, uma mulher de 65 anos foi hospitalizada após ser mordida por um tubarão em Rockaway Beach, no Queens. No dia seguinte, salva-vidas em Jones Beach interditaram a água três vezes após possíveis avistamentos de tubarões, dois dos quais foram feitos com drones.
“Não posso prever se haverá ou não mais mordidas ou ataques de tubarão, mas o que posso dizer é quanto mais drones estiverem voando, maior será a chance de ver esses animais em seu habitat natural”, disse o capitão da polícia do parque, Rishi Basdeo, à CNN no mês passado, antes do último ataque (que ocorreu em uma praia diferente de onde sua equipe monitora).
No dia em que as autoridades do parque deram à CNN uma demonstração do programa de rastreamento de drones, no mês passado, as câmeras captaram apenas alguns peixes-raia perto da costa. Mas os drones –que têm câmeras poderosas o suficiente para ver abaixo da superfície da água, mesmo a cerca de quase 8 metros de altura– já capturaram imagens de tubarões nadando sozinhos e se alimentando de grandes cardumes de peixes.
Operar o programa não é barato. Mesmo os kits de drones de baixa tecnologia usados por salva-vidas para fazer monitoramento regular custam cerca de US$ 6.000 cada e exigem operadores treinados nas regras da Federal Aviation Administration, de acordo com Basdeo. Mas ele diz que vale a pena evitar riscos à segurança de quem curte a praia. E, acrescentou, “é realmente mais barato do que chamar um helicóptero da polícia”.
A tecnologia também tem usos além da busca por tubarões. Os drones podem ser modificados com uma câmera infravermelha, holofotes e alto-falantes para ajudar nas capacidades de busca e resgate, e podem até levar um colete salva-vidas para um nadador em dificuldades antes que um salva-vidas possa chegar até eles.
Por exemplo, “se recebermos um relato de que um indivíduo está desaparecido à noite, temos uma habilidade além de chamar um helicóptero da polícia. Podemos enviar nossos drones e colocar a capacidade de infravermelho na câmera e realmente ver no escuro”, disse Basdeo. “Cinco anos atrás, não tínhamos essa capacidade de drone em nossa agência, mas agora está se espalhando.”
Basdeo também enfatizou que os drones são usados apenas para aplicações limitadas relacionadas à segurança.
“Temos diretrizes rígidas quando voamos e operamos esses drones. Não é usado para vigiar o público. É usado para mantê-los seguros”, disse Basdeo. “Não voamos, ou tentamos não voar, sobre grandes grupos de pessoas. Existem faixas de emergência designadas na praia pouco povoadas que os operadores usam para conduzir os drones até a água”, disse ele.
Fonte: CNN