Nas últimas décadas, surgiram milhares de empresas com o propósito de resolver problemas a partir de um modelo de negócio repetível e escalável envolvendo significativos graus de tecnologia. Estamos falando das startups: instituições inovadoras, escaláveis e flexíveis que atuam com grandes incertezas, geralmente financiadas por capital de risco ou privado.
Essas companhias se expandiram para múltiplos setores e atualmente contam com operações especializadas nas mais diversas áreas. No mercado imobiliário, por exemplo, as construtechs são um grupo de startups que buscam oferecer inovação ao mercado da construção civil.
Foi graças ao papel das construtechs e às transformações digitais que uma solução inovadora ganhou destaque: os smart buildings (edifícios inteligentes). Trata-se de edificações que utilizam a tecnologia como facilitadora para garantir um uso eficiente e mais econômico de recursos, beneficiando o mercado e o meio ambiente.
Construtechs: o impacto na edificação de smart buildings
A construção civil é um dos maiores mercados em termos de economia global, empregando cerca de 7% da população e movimentando mais de US$ 10 trilhões em bens e serviços anualmente. Nesse cenário, é válido destacar que países emergentes como o Brasil representam mais de 50% do setor, com um enorme potencial de expansão.
Apesar disso, parte do mercado imobiliário e da área da construção civil ainda tem dificuldade para acelerar processos de trabalho e elevar a inovação na hora de entregar soluções práticas para o cliente final.
O setor da construção civil ainda precisa avançar no uso de tecnologia. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Diante dessa realidade, as construtechs viram uma oportunidade de negócio para apoiar a implementação de recursos tecnológicos nesses setores e ainda introduziram conceitos como o de smart buildings.
Os prédios construídos nesse sistema têm como principal foco apresentar um conjunto de tecnologias de comunicação, o qual permite que diferentes equipamentos, sensores e funcionalidades dentro de um edifício tenham comunicação entre si, de forma a garantir integração total e proporcionar o controle remoto das funções.
Segundo um relatório publicado em 2021 pela Memoori, empresa independente com foco em análises da indústria de construção inteligente, mais de 600 companhias foram fundadas entre 2011 e 2020 no setor de smart buildings, o que representou aumento de 38% em comparação ao relatório emitido pela mesma instituição em 2019.
Desde 2012, mais de US$ 18 bilhões foram investidos no mercado de edifícios inteligentes. Só entre 2018 e 2020, foram adquiridas 136 startups especializadas nesse modelo de negócio. Os compradores são estrategistas que querem investir capital nesse setor em expansão.
Tais dados comprovam o impacto das construtechs na construção dos smart buildings, uma vez que as startups seguem buscando formas de introduzir a inovação nesse espaço em evolução.
A importância das construtechs para o setor
Construtechs e outras startups que atuam no setor de smart buildings podem não só gerar lucros e inovação nos serviços tecnológicos e no uso de inteligência nos edifícios como também ajudar na diminuição dos custos operacionais das construções, aumentar a produtividade (um ponto fraco do setor) e garantir a segurança do trabalhador civil.
Os recursos de inteligência artificial podem ainda diminuir os índices de acidentes causados por falhas nos sistemas. Isso porque essa tecnologia pode, por exemplo, corrigir erros de projetos que levam a incidentes e defeitos operacionais. Assim, os sistemas tecnológicos são, ainda, úteis para prover saídas não previstas por sensores tradicionais.
O papel dos smart buildings na construção do futuro
A principal característica de um smart building são os inúmeros sistemas conectados, os quais permitem monitoramento constante e em tempo real, além de ajustes completamente automatizados. Para possibilitar essas funcionalidades são necessárias tecnologias como Internet das Coisas (IoT), big data, data analytics e inteligência artificial (IA).
Para que ocorra a integração de sistemas nos smart buildings são necessários diferentes tipos de tecnologia. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
O propósito dessas aplicações tecnológicas também envolve coletar e utilizar dados. Com isso, os responsáveis pela gestão de um edifício inteligente conseguem receber informações que servem de norte para tomar decisões relacionadas à alocação de recursos. Tendo os dados exatos, fica fácil controlar e otimizar funcionalidades como aquecimento, refrigeração, iluminação e ventilação em todo o edifício, garantindo mais conforto aos “usuários”.
Um sistema do tipo Heating, Ventilating and Air Conditioning (HVAC) também é uma peça-chave para melhorar o desempenho dos smart buildings, pois atua na automação e no monitoramento de forma conjunta, fornecendo alertas de consumos excedentes ou usos indevidos dos recursos. Dessa forma, garante-se eficiência e economia ao mesmo tempo que se busca diminuir os impactos ambientais.
Todas essas melhorias tecnológicas ainda contribuem para um conforto no ambiente em si, o que pode, inclusive, acarretar índices maiores de produtividade em edifícios comerciais. Esse conjunto de informações revela o papel fundamental da inovação na construção do futuro, de forma que quem investe em smart buildings está apostando em um novo modelo de negócio eficaz, produtivo e, sobretudo, sustentável, o que deve ser o foco do amanhã.
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Fonte: eleken, Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR DIGITAL)