Eu não sou psicóloga, não estudo a mente humana e nunca li um livro de psicanálise, mas de uma coisa eu tenho certeza: O perfeccionismo é o fantasma que assombra vidas.

Mas para falar desse assunto, voltemos alguns anos.

Quando crianças, todas as vezes que algo era bem feito, ganhávamos atenção, carinho e elogio, ao passo de que coisas sem “tanto capricho”, eram recebidas com reprovação.

Uma confusão mental se formou a partir daí e muitos de nós, de meros aprendizes, viramos exímios buscadores de estrelinhas.

Vou contar um segredo, esse fato aconteceu comigo.

No começo, ser taxada de perfeccionista, parecia algo inofensivo e até um pouco charmoso. Eu era tida como caprichosa, aquela que lê, relê e até trelê o texto por medo de um errinho passar batido.

Mas depois de um tempo, essa mania fez com que eu parasse de escrever, por não dispor de tantas horas disponíveis para tamanha atenção.

E foi assim que fui deixando para depois, até paralisar de vez.

Pesquisei por curiosidade, a definição de perfeccionismo no dicionário e encontrei isto:

“Obsessão em realizar tudo com perfeição, com excelência, com o maior apuro possível: o perfeccionismo nas artes. Doutrina que afirma ser a busca da perfeição alcançada a partir de um modelo preestabelecido.”.

Perfeccionismo, obsessão e doutrina na mesma frase, me faz perceber o quão vaidoso é a busca pelo reconhecimento externo, baseado não na vontade de se superar a cada dia, mas sim, no medo de errar.

Isso é tão perigoso que você nem imagina!

O perfeccionista é aquele cara que deixa de frequentar a academia porque não tem 2 horas livres na rotina, abandona a dieta porque faltava um 1 ingrediente e vai entrando em um ciclo infinito de procrastinação, por não estar sob as condições ideais de execução.

E foi tendo clareza disso, que tratei esse mal terrível que me assolou por anos.

O remédio? Altíssimas doses de humildade.

Tomei meu lugar de eterna aprendiz e tirei das costas, o medo do fracasso. O peso de acertar sempre. A maldição de estar impecável, sorridente, vibrante e como redatora, a obrigação de ser 100% lida.

E permiti que viessem os maus textos, o treino de meia hora na academia, as 05 páginas lidas todos os dias de um livro qualquer, os vídeos amadores do instagram, aquelas coisas que a gente se arrepende de ter feito e acha ridículo alguns meses depois.

Porque fazer hoje, o melhor que podemos, com as habilidades e recursos que temos, é o ÚNICO passaporte para a evolução.

E pode ter certeza: É melhor um bem feito concreto, do que um perfeito que não saiu do papel, ou neste caso, do mundo das ideias.

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