Nos dias atuais, os dados são elementos-chave em uma organização para os processos de inovação, elevando o patamar dos negócios. De fato, segundo um estudo encomendado pelo Google Cloud e realizado pela IDC Brasil, 60% dos executivos disseram que um dos fatores que aceleram a transformação digital nas suas empresas é a garantia de que o uso de dados de negócio seja consistente e efetivamente capaz de ajudar na geração de insights e tomada de decisão. A importância dos dados não é uma novidade para as organizações, que vem implementando estratégias e uma cultura data-driven há alguns anos, mas será que estamos aproveitando todo o seu potencial?

Sempre reforço a ideia de que uma estratégia robusta em dados é geradora de vantagens competitivas para os negócios. Mas, para isso, é necessário que os dados sejam bem gerenciados e legíveis. Pode-se dizer isso à luz do que ocorre nas empresas: muitos dados valiosos, que poderiam prover excelentes benefícios para a companhia como um todo, estão puros, ou seja, não foram ainda tratados da maneira que vieram de suas fontes, ou estão bloqueados em silos, circulando apenas dentro daquele contexto de sua fonte, ou da área de negócio da companhia, de forma não-estruturada ou conectados entre si. Esse fenômeno bloqueia o potencial de crescimento das empresas, face às necessidades dos tempos atuais do mercado de respostas em tempo real para rápidas mudanças no mundo, como tendências das demandas dos seus clientes.

Para que as empresas alcancem a maestria no uso de dados para ser a melhor nas suas respectivas indústrias, não é necessário nenhum truque de mágica. Tudo começa com uma governança de dados que busque garantir que os dados sejam de alta qualidade, em outras palavras, precisos, coerentes e confiáveis. Aqui, entram tópicos importantes que os responsáveis devem ter clareza: de onde vêm os dados? Quem são os responsáveis? Os dados estão devidamente organizados e catalogados? Para ajudar nesse processo, garantindo a confiança nos dados, as ferramentas mais inovadoras já incorporam componentes de inteligência artificial que auxiliam na catalogação e estruturação de maneira automática, inteligente e em tempo real, permitindo que se libere tempo para ser usado na geração de ativos para inovação, diferencial competitivo e resultados.

Porém, não basta apenas ter os melhores dados, as pessoas dentro da organização precisam ter acesso para poderem, efetivamente, trabalhar com eles. O tesouro só tem o seu valor se os envolvidos reconhecerem que ele o possui. Portanto, de nada adianta que o departamento de TI tenha coletado diversos dados valiosos, se o acesso a eles para as áreas de interesse, onde existe pessoal com expertise de interpretá-los e analisá-los, não possui o mesmo acesso. Adotar a melhor ferramenta que democratize os dados dentro da companhia, com camadas de privacidade e segurança, e que propicia a todos os times trabalharem com todos os dados, sejam eles estruturados ou não, é uma das chaves para uma estratégia de dados de sucesso. Afinal, a inovação pode vir de qualquer área ou colaborador e, no fim das contas, isso gera valor para a empresa e seus clientes, já que o valor de uma gestão efetiva vem aplicando esses insights nas diferentes áreas da empresa e mudando a forma de operar e de se relacionar com os clientes.

Fatores cruciais

Outro fator importante para que uma estratégia de dados traga ainda mais vantagens competitivas para os negócios é o seu uso em tempo real. As mudanças efusivas e voláteis dos contextos sociais, culturais e econômicos por todo o mundo forçaram as empresas a tomarem atitudes instantâneas às demandas dos consumidores e do mercado. Logo, as organizações precisam agir com os dados de agora — e não apenas do passado. Aplicar streaming analytics nas operações, de forma a poder trabalhar com os dados enquanto os coleta, entre outras ferramentas nesse sentido, hoje são possíveis graças à união do streaming de dados ao machine learning.

A privacidade e segurança dos dados é um dos tópicos mais importantes aqui e precisa estar no centro de toda a estratégia de dados. Cada vez mais, o mercado, os investidores e os clientes vêm exigindo das suas empresas o correto manejo dos dados, a transparência necessária para o seu controle mas, sobretudo, a segurança devida para que eles não caiam nas mãos erradas. É essencial que os dados sejam tratados com extremo cuidado com a privacidade e segurança, desde a coleta, com rígidas etapas de anonimização, e disponibilização apenas do que necessário para que determinado colaborador realize o seu trabalho.

Um exemplo de como uma boa estratégia de dados pode trazer benefícios para uma empresa é de um fabricante líder de equipamentos agrícolas que, na busca para se tornar um líder tecnológico, se dedicou a ter o melhor uso de dados possível. Com dados precisos e em tempo real, coletados por meio da conexão de sensores em seus produtos, ele proporcionou informações mais completas aos produtores, otimizando o rendimento. Esta empresa também desenvolveu uma plataforma aberta com uma arquitetura moderna para consolidar os dados coletados de clientes e sócios externos. Hoje, essa plataforma permite aos agricultores utilizar ferramentas avançadas de análise para gerir melhor seus equipamentos e conseguir mais eficiência operacional e de custos, enquanto se conectam com os representantes de todo o ecossistema agrícola.

Para seguir esta jornada de se tornar o mestre dos dados, é necessário investir em capacitação para o uso de dados, de forma a proporcionar a inovação, em todas as áreas da empresa. Mas, para além da questão da capacitação, não tente resolver todos os problemas de uma vez, esteja próximo das áreas de negócio e comece identificando aqueles casos de uso que podem trazer mais valor, utilizando esses casos para ir aperfeiçoando e evoluindo cada ponto da estratégia.

Por Anderson Gaspar