As estratégias de sucesso e quem ajuda no caminho para contratar, treinar, reter e desenvolver profissionais, incluindo lideranças
Até a pandemia, a rotatividade nas empresas girava em torno de 20% – por ano, era preciso trocar um em cada cinco funcionários. Agora, a taxa subiu para 24%, ou seja, um em cada quatro colaboradores terá de ser reposto num período de 12 meses, segundo a consultoria Gartner. Na prática, para quem empreende, a gestão de pessoas tem ocupado mais espaço e exigido estratégias diferenciadas para que esse investimento de energia se traduza em uma equipe mais coesa e comprometida.
O desafio é enorme, a começar pelo recrutamento e seleção – basta lembrar que, não muito tempo atrás, dinâmicas e entrevistas presenciais eram procedimentos-padrão. Ter de administrar o trabalho remoto e as jornadas híbridas, nas quais inúmeras empresas passaram a apostar, adicionou uma camada de complexidade para os departamentos de RH.
Aumento de benefícios, adoção de iniciativas que garantam o bem-estar da equipe e automatização de processos seletivos surgem como recursos para atrair e reter profissionais. Investir em desenvolvimento pessoal também é aposta, já que, segundo o Human Capital Institute, de gestão de talentos, isso proporciona aumento do engajamento dos colaboradores em 56% e melhora da taxa de retenção em 36%.
Não à toa, tem havido uma explosão de startups dedicadas a revolucionar a forma como as empresas contratam, treinam, retêm e desenvolvem profissionais, as HRTechs. Pelas contas da plataforma Statista, elas deverão faturar, no mundo, US$ 4,4 bilhões neste ano, um salto de 33% em relação a 2022.
Startups que flexibilizam o uso de vales de alimentação e refeição e aquelas que conectam funcionários, digitalmente, a coaches, psicanalistas e psicólogos encontraram o cenário ideal para mostrar a que vieram. O mesmo vale para as que automatizam processos de recrutamento e seleção, como a Gupy, pioneira na utilização de inteligência artificial (IA) para esses fins. Fundada em 2015, a empresa captou R$ 500 mil no ano passado em uma rodada liderada por SoftBank e Riverwood – foi o maior investimento em uma HRTech na América Latina.
Texto: Daniel Salles