Há 50 anos, a Suécia sediou a primeira Conferência das Nações Unidas sobre questões ambientais – e é na data de sua realização, 5 de junho, que há cinco décadas comemoramos o Dia Mundial do Meio Ambiente.
Este ano, os debates que permearam as celebrações oficiais em Estocolmo concluíram o óbvio: estamos fracassando no compromisso de proteger o planeta. E não é por não saber o que fazer. A ciência já apontou o caminho.
É preciso acabar com os combustíveis fósseis, recuperar a natureza, transformar os sistemas alimentares e fazer cidades verdes, como bem pontuou Inger Andersen, diretora executiva do Programa de Meio Ambiente da ONU (Unep), conhecido como PNUD no Brasil, durante a Estocolmo 50+.
Eu acrescentaria proteger a todos que protegem as florestas.
As crianças brasileiras são expostas às consequências dessa inação todos os dias, direta e indiretamente.
Mas em que medida garotas e garotos conseguem relacionar o que presenciam no cotidiano com problemas ambientais, com questões climáticas, com justiça social, com política, com erros e acertos e com as soluções almejadas?
O que eles, tão pequenos, podem fazer na prática para contribuir? Como podem envolver família e amigos para transformar os espaços que ocupam (a casa, o prédio, a rua, o bairro, a escola)?
É pela leitura, no seu sentido mais amplo, que a vontade de fazer algo pode despertar cada criança. É observando e contemplando seus minimundos que as perguntas surgem. É literatura na mão que faz sonhar com algo diferente. Daí para a ação é um pulinho.
Há 50 anos, a Suécia sediou a primeira Conferência das Nações Unidas sobre questões ambientais – e é na data de sua realização, 5 de junho, que há cinco décadas comemoramos o Dia Mundial do Meio Ambiente.
Este ano, os debates que permearam as celebrações oficiais em Estocolmo concluíram o óbvio: estamos fracassando no compromisso de proteger o planeta. E não é por não saber o que fazer. A ciência já apontou o caminho.
É preciso acabar com os combustíveis fósseis, recuperar a natureza, transformar os sistemas alimentares e fazer cidades verdes, como bem pontuou Inger Andersen, diretora executiva do Programa de Meio Ambiente da ONU (Unep), conhecido como PNUD no Brasil, durante a Estocolmo 50+.
Eu acrescentaria proteger a todos que protegem as florestas. https://e7a45bb4ed66a07ec46ec3d782b9269b.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
As crianças brasileiras são expostas às consequências dessa inação todos os dias, direta e indiretamente.
Mas em que medida garotas e garotos conseguem relacionar o que presenciam no cotidiano com problemas ambientais, com questões climáticas, com justiça social, com política, com erros e acertos e com as soluções almejadas?
O que eles, tão pequenos, podem fazer na prática para contribuir? Como podem envolver família e amigos para transformar os espaços que ocupam (a casa, o prédio, a rua, o bairro, a escola)?
É pela leitura, no seu sentido mais amplo, que a vontade de fazer algo pode despertar cada criança. É observando e contemplando seus minimundos que as perguntas surgem. É literatura na mão que faz sonhar com algo diferente. Daí para a ação é um pulinho.
Uma cabecinha ligada em sustentabilidade e um olhar orientado para um quarto, para um banheiro ou para uma cozinha – para começar por perto – rende uma lista de boas ideias. Um livro especial embaixo do braço faz brotar outras tantas sacadas.
A lista de sugestões abaixo é um microrrecorte de uma temática que abunda nas livrarias. São infinitos os títulos que tem o meio ambiente e os desafios climáticos como tema central ou coadjuvante, abordados sob diversas perspectivas.
A ideia é proporcionar analogias instigantes, provocar interesse pela história e pela geografia, fazer refletir e, principalmente, incentivar a ação. Mostrar, acima de tudo, que não existem os humanos e o meio ambiente. Existimos. Somos apenas nós, intimamente interdependentes.
O Rato e a Montanha
Antonio Gramsci e Laia Domènech (Editora Boitempo, 2019)
O livro demonstra a interdependência entre a vida humana e a vida do planeta de forma angustiante. Tem como vilão “os homens de negócio”, questionando diretamente a maneira como se explora o meio ambiente buscando apenas retorno financeiro. Mas deixa uma esperança, mostrando que agir pode desencadear um ciclo positivo.
Aborda também valores como a solidariedade, a amizade, a força da palavra como argumentação e o poder de um compromisso. Delicadamente ilustrado. A obra foi inspirada em uma carta do filósofo, jornalista e político italiano para sua esposa e filhos.
A Árvore Generosa
Shel Silverstein (Companhia das Letrinhas, 2017)
Com ilustração minimalista traz à tona a discussão sobre as múltiplas relações que os seres humanos podem ter com a natureza e explicita as consequências de uma amizade em que um lado apenas oferece e o outro apenas extrai. Justamente dessa forma, propõe uma reflexão bastante fértil sobre o que poderia ser feito para transformar essa relação.
A Água e a Águia
Mia Couto e Danuta Wojciechowska (Companhia das Letrinhas, 2019)
É uma poesia em prosa fascinante, como um concerto a céu aberto. Ao ser lido em voz alta, chega-se a ouvir o barulho da água. Conta a história de como um grupo de águias resolveu o problema da falta de água. Fala sobre atitude, sugere criatividade e valoriza a persistência. Tudo de uma maneira muito delicada, metafórica e sempre entrelaçando natureza e o pulsar da vida.
Manual para Super-Heróis – O Início da Revolução Sustentável
Laila Zaid, Clara Candelot e Fernanda Fricke (Melhoramentos, 2021)
Diz que para salvar o meio ambiente a gente precisa se mexer! O livro propõe uma jornada de 12 missões, com diferentes níveis de dificuldade, envolvendo a criança, a família e a comunidade ao seu redor. Ele indica que apenas a soma das iniciativas vai mexer o ponteiro do tempo de vida na Terra.
Mais do que ensinar como fazer, o manual explica as razões para cada desafio e quais são os vilões que precisam ser derrotados. Os temas vão desde a economia de energia e água até reciclagem e redução do consumo.
Tem também a missão da meditação, uma prática para aumentar o poder do super-herói, em que ele aprende a prestar atenção ao que está acontecendo em seu corpo, na sua mente e no seu entorno.
Tapajós
Fernando Vilela (Brinque-Book, 2014)
O livro não é sobre o meio ambiente. Ele é o meio ambiente. Um “espetáculo gráfico”, como diz a própria editora, do artista plástico premiadíssimo, que expõe no Brasil e no exterior.
Por meio de dois irmãos e um jabuti de estimação, o livro conta como vivem os ribeirinhos do rio Tapajós, no Pará. Crianças da cidade grande vão se surpreender com a comida, a escola, o dia-a-dia e, sobretudo, com o cenário deslumbrante onde vivem.
Uma viagem ao norte do Brasil, que ajuda a conhecer melhor o nosso país e conecta suas diversas regiões por meio da dependência das águas da floresta.
O Corte e a Chama
Léo Cunha e Paulo Rea (Editora Pulo do Gato, 2019)
É, nas palavras do próprio autor, um alerta, um desabafo e também um diálogo sobre os perigos que rondam a floresta. O livro tem duas capas e dois títulos. O texto é formado por duas poesias. A partir de uma capa, se lê sobre o desmatamento até que, no meio do livro, a palavra se cansa e fica só a imagem da devastação. Aí, é preciso virá-lo e, a partir da outra capa, ler o poema sobre os incêndios, que termina no mesmo lugar.
Não há muita esperança se alguém não fizer alguma coisa. O ilustrador Paulo Rea, usando a técnica da marchetaria, faz com que o leitor quase sinta o peso da madeira, o cheiro, a textura, o gosto.
“Se o fogo e o desmate condenam à morte, o livro usa da própria madeira para propor a urgência da reflexão e da ação. No caso deste livro, o questionamento se inicia a partir do momento em que o leitor é introduzido à leitura das madeiras, seus tons, seus veios, seus nós e formatos e começa a relacionar as imagens ao texto verbal. É preciso contar com a coautoria do leitor nas interpretações das imagens. Só assim o texto ganha voz e sentido”, conta a editora.
O Protesto
Eduarda Lima (Pequena Zahar, 2021)
Propõe-se a apresentar o ativismo às crianças e traz uma maneira inusitada de fazer barulho em torno de uma causa: o silêncio. A história começa quando os animais resolvem se calar. E é no silêncio em que costumamos refletir, pensar melhor.
Por esse caminho, a autora espera provocar conversas nas famílias e nas escolas sobre o impacto do ser humano no meio ambiente. Questiona também sobre como podemos usar a nossa voz para expor problemas, informar e exigir as mudanças necessárias. Poderíamos chamar de iniciação à participação política. Por que não?
O Rio dos Jacarés
Gustavo Roldán (Boitempo, 2017)
Conta a história de um rio que foi comprado por um homem de terno. Ele passa pelo local para apresentar o contrato e uma amostra da água aos jacarés. Começa então um debate entre o jacaré mais velho do grupo e o comprador sobre dinheiro vivo, dinheiro que compra água e outras questões, apresentadas de um jeito divertido, mas muito sério.
Um convite para pensar sobre o meio ambiente, direitos dos animais e até sobre a relação profunda entre meio ambiente e desigualdade social. No final, a obra traz perguntas para refletir sobre a leitura e debater.
Fonte: Reset