Saber a impressão que você passa pode ajudar no crescimento pessoal e no sucesso profissional

Querer saber o que os outros pensam de você é uma coisa, se preocupar demais com isso é outra. Embora seja perigoso dar muita importância às opiniões dos outros, saber como você é percebido pode trazer informações que podem ser usadas para crescer e mudar.

“No novo mundo do trabalho, é fundamental saber como ler e interpretar os sentimentos e as intenções das outras pessoas para que você possa calibrar suas interações informais com elas, desenvolvendo a autoconsciência e a consciência em relação aos outros”, explica a jornalista, escritora e ativista pelos direitos das mulheres Michelle P. King.

“Quando se trata da vida profissional, o que você percebe nem sempre é o que os outros estão pensando. Você não será capaz de analisar uma situação até ter uma boa noção de sua própria personalidade e de como os outros te percebem.”

ENTENDENDO SEU IMPACTO

A autoconsciência tem a ver com a forma como você se vê em termos de seus pensamentos, comportamentos e sentimentos, e do impacto que causa. Um estudo da “Harvard Business Review” apontou que 95% das pessoas pensam que são autoconscientes, quando, na verdade, apenas cerca de 15% o são.

“O desafio é que, muitas vezes, há uma lacuna entre como nos vemos e como os outros nos veem no que diz respeito ao nosso impacto”, diz ela. “Por exemplo, você pode achar que fez um ótimo trabalho em uma apresentação, mas outras pessoas podem ter tido uma impressão menos positiva do que você pensava.”

Crédito: Freepik

Há três tipos de autoconsciência: aqueles que se superestimam, aqueles que se subestimam e os que têm uma compreensão realista da impressão que causam. 

Se você se subestima, a boa notícia é que pode mudar isso por meio de feedback objetivo e diversificado. “Pergunte regularmente às pessoas o que você faz bem e o que poderia fazer diferente para perceber com mais precisão o impacto positivo que seu comportamento tem.”

NO NOVO MUNDO DO TRABALHO, É FUNDAMENTAL SABER COMO LER E INTERPRETAR OS SENTIMENTOS E AS INTENÇÕES DAS OUTRAS PESSOAS.

Se você tende a se superestimar, pode ser mais difícil mudar. “Essas tendem a ser as pessoas que se acham mais competentes do que de fato são”, explica King. “São aqueles que participam de uma reunião mas não estão abertos a receber sugestões ou críticas. Não assumem a responsabilidade por seu comportamento nem estão dispostos a fazer ajustes em seu modo de agir.”

Se você está no grupo dos que se superestimam, a solução é a mesma que se você estivesse se subestimando: coletar regularmente avaliações objetivas de diversas fontes.

DESENVOLVENDO A  AUTOCONSCIÊNCIA

Duas estratégias podem ajudá-lo a desenvolver a autoconsciência. Primeiro, King recomenda reservar 15 minutos por dia, durante 10 dias, para refletir sobre o que funcionou, o que não funcionou e o que você poderia fazer diferente.

“Faça perguntas com foco em ‘o quê’ em vez de ‘por quê’”, diz ela. Quando você faz perguntas do tipo “por que”, começa a olhar para o seu próprio umbigo. Por exemplo, ‘por que meu chefe me odeia?’ ou ‘por que recebo feedback negativo?’”

95% DAS PESSOAS PENSAM QUE SÃO AUTOCONSCIENTES, QUANDO, NA VERDADE, APENAS CERCA DE 15% REALMENTE O SÃO.

A segunda estratégia envolve a busca de feedback frequente, mas há uma ressalva. “O problema com o feedback é que tendemos a torná-lo estranho ao formalizá-lo”, diz King. “Aí, ele pode se tornar realmente constrangedor.”

Em vez disso, peça comentários espontâneos, no calor da hora. Quando estiver saindo da apresentação, por exemplo, faça ao seu chefe ou a um colega as perguntas com “o quê”. O que você acha que funcionou? O que você acha que eu poderia fazer diferente?

“Encare o feedback mais como dados. Procure por temas consistentes. Isso ajudará a fechar essa lacuna de autoconsciência.”

AUTOCONSCIÊNCIA É FUNDAMENTAL

Conforme cada vez mais empresas incentivam os funcionários a trazerem seu “verdadeiro eu” para o trabalho, saber como você é visto torna-se cada vez mais importante. Ser você mesmo não é uma licença para se comportar como quiser, diz King.

MUITAS VEZES HÁ UMA LACUNA ENTRE COMO NOS VEMOS E COMO OS OUTROS NOS VEEM NO QUE DIZ RESPEITO AO NOSSO IMPACTO.

“Não se trata de ir para o trabalho, fazer o que quiser e não se importar com os colegas”, diz ela. “Precisamos demonstrar cuidado, lidando com o impacto que nosso comportamento tem. É ser o seu melhor em termos de controlar como você se mostra.”

A autoconsciência genuína é o ponto de partida para criar conexões significativas e pode ajudar a dar mais sentido ao seu trabalho. “Temos que ver como estamos nos apresentando ao mundo”, afirma King.

“Temos que trazer o cuidado com os outros de volta ao trabalho e reconhecer que isso começa com o gerenciamento do impacto que nossas atitudes estão tendo.”

Texto: Stephanie Vozza