As imagens de satélite são uma tecnologia que tem sido cada vez mais utilizada na agricultura, pois permitem o monitoramento da plantação e a detecção de problemas de maneira ágil, a partir de informações sobre vegetações, diferentes tipos de solo, umidade do local, balanço hídrico e situação de rios, bacias e áreas costeiras.
A tecnologia monitora o crescimento das culturas para avaliar seu desempenho ao longo do tempo, identificando áreas com necessidades especiais, como falta ou excesso de irrigação ou de nutrientes. O recurso também pode ser usado para prever o rendimento das safras antes da colheita, com base na análise das condições climáticas e do solo ao longo do tempo.
Os satélites são úteis, ainda, para acompanhar condições meteorológicas extremas, como secas, inundações e tempestades, e identificar áreas onde as culturas estão sob ameaça de pragas ou doenças. Isso permite que os agricultores tomem medidas proativas para minimizar os danos e reduzir os riscos financeiros.
Como são produzidas as imagens de satélites?
As imagens de satélite para agricultura são produzidas por equipamentos que orbitam a Terra e capturam informações de diferentes partes do planeta. Para produzir essas imagens, os satélites usam sensores que capturam a radiação solar refletida pela superfície da Terra em diferentes comprimentos de onda.
Os satélites podem captar imagens em diferentes frequências, o que permite obter informações sobre a saúde das plantas, a umidade do solo e a temperatura ambiente. Esses dados são então processados para criar imagens e mapas que podem ser usados pelos agricultores para tomar decisões mais bem embasadas.
Essas imagens de satélite são geralmente disponibilizadas por empresas especializadas em sensoriamento remoto, e podem ser acessadas por meio de plataformas on-line. As informações são essenciais para a lavoura, sobretudo em propriedades que trabalham com agricultura de precisão.
Quais são as vantagens das imagens de satélite para a agricultura?
As imagens de satélite permitem que grandes áreas sejam monitoradas em um curto espaço de tempo, possibilitando tomadas de decisões mais rápidas e precisas. Elas podem detectar variações sutis em uma área, como mudanças no índice de vegetação, presença de pragas e outros fatores que podem afetar a produtividade.
A tecnologia pode ser usada para identificar áreas que têm características ideais para determinadas culturas, auxiliando no planejamento do plantio e maximizando a produtividade. O recurso também proporciona o monitoramento da umidade do solo, ajudando o produtor na hora de saber quando e quanto irrigar.
O recurso pode oferecer uma análise histórica das áreas monitoradas, permitindo avaliar o comportamento das culturas e a efetividade das decisões tomadas. Além disso, as imagens de satélites promovem a redução de custos de monitoramento e coleta de dados, tornando mais eficiente a gestão dos recursos, como fertilizantes e defensivos agrícolas.
Abordagem inovadora no monitoramento da soja
Uma equipe de pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) utilizou uma abordagem inovadora para monitorar as áreas com cultivo de soja no Brasil. A metodologia foi capaz de identificar com 88% de precisão as plantações do grão sob sistema de irrigação ou sequeiro.
O estudo usou as imagens produzidas por satélites com sensores Landsat 8 OLI, que têm resolução espacial de 30 metros, mas que foram geradas em um intervalo de 16 dias e combinadas com sensores de banda larga que têm uma resolução de 250 metros, a partir do programa Harmonized Landsat Sentinel-2, desenvolvido pela NASA.
Dessa forma, os pesquisadores conseguiram aumentar a resolução temporal e espacial da imagem e podem contribuir para superar os desafios do monitoramento da agricultura no Brasil, que conta com dimensões continentais, diversidade produtiva e condições climáticas que dificultam a disponibilidade de imagens de satélite.
Fonte: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Climate Field View, Terra Magna, Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe)
Por: Canal Agro Estadão