Nem sempre é fundamental ter instrução formal para começar um negócio, mas quem une teoria e prática tem mais chances de desenvolver resiliência, ganhar escala, expandir e turbinar o faturamento

Seja por oportunidade, seja por necessidade, mais da metade dos brasileiros quer empreender nos próximos três anos. Essa foi uma das descobertas do relatório de 2022 do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em parceria com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Imagine todas essas mais de 50 milhões de pessoas criando empresas, abrindo lojas e escritórios, prestando serviços. A economia poderia dar um salto espetacular e vários problemas sociais seriam minimizados.

Ocorre, no entanto, que empreender não é uma linha reta, e muitos desses negócios têm vida curta. De acordo com o mais recente levantamento do Sebrae sobre a taxa de sobrevivência das empresas, 29% dos microempreendedores individuais (MEIs), 21% das microempresas e 17% das empresas de pequeno porte fecham as portas após cinco anos de atividade.

Muitos poderiam dizer que faz parte do negócio. Isso é verdade. Mas também é real que um dos principais fatores responsáveis pela mortalidade das empresas tem a ver com falta de capacitação adequada – 64% dos empreendedores que encerraram suas atividades não fizeram nenhum curso para ajudá-los nessa empreitada, segundo o Sebrae.

Mas é necessário estudar para ter sucesso? Ou o espírito empreendedor nasce com alguns e só eles se dão bem? “Aprender a empreender é importante para evitar ciladas conhecidas e problemas comuns”, afirma Gabriela Chaves, CEO da plataforma de educação financeira NoFront: “O conhecimento, não necessariamente o formal, é valioso para embarcar em uma jornada que envolve muitos altos e baixos”.

Vice-diretor do Centro de Empreendedorismo e Negócios da FGV (Fundação Getulio Vargas), Tales Andreassi concorda que não é uma premissa buscar formações teóricas para começar um negócio, mas, em determinado momento, para expandir ou ampliar o alcance, é necessário estudar ou contratar pessoas com mais capacitação técnica. “É importante ter em mente que o conhecimento formal, por vezes, evita tombos muito grandes. Ao estudar, aprende-se a observar indicadores para isso”, diz ele.

Fonte: Revistapegn