Nesta segunda-feira (10), o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Lourenço fez uma visita técnica ao complexo hidrelétrico Usina elétrica do Prata
Moradores com residências próximas ao rio Prata e empreendedores do ramo de turismo das cidades do Vale do São Lourenço, recentemente, se surpreenderam com aumento do volume de água e procuraram autoridades públicas para questionar a possível causa da alteração no leito d’água. Em busca de respostas, as administrações municipais, provocadas pelos cidadãos, procuraram o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Lourenço (CBH), já que é um ente do Sistema Nacional de Gestão dos Recursos Hídricos. Ele funciona como uma espécie de “parlamento das águas”, por ter, entre outras atribuições, a responsabilidade de debater e executar ações de interesse da bacia hidrográfica, como estabelece a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
Sendo o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Lourenço reconhecidamente o “guardião” dos recursos hídricos de uma parte importante da região sudeste de Mato Grosso, a Usina Elétrica Prata, que possui um central geradora hidrelétrica (CGH) e duas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), em Juscimeira, o convidou para uma visita técnica. Nesta segunda-feira, mais de 10 integrantes do CBH São Lourenço percorreram as instalações do empreendimento, acompanhados de profissionais técnicos da empresa e também representantes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) e de secretarias municipais de Juscimeira e Jaciara.
O fluxo de água e o modo como é controlado pela estrutura hidrelétrica por profundidade e controle de sedimentos, além de vegetação ciliar, isolamento e corredor para animais silvestres puderam ser observados. A visita serviu, ainda, para demonstrar como é o funcionamento da CGH e PCHs, uma vez que regulam a vazão dos cursos hídricos da região. Depois de percorrer por dentro a estrutura hidrelétrica, a presidente da CBH São Lourenço, Milly Siqueira Cardinal de Almeida, explicou que quando há chuvas intensas ou escassez de água o complexo hidrelétrico não possui controle sobre as consequências das intempéries. “Quando há excesso de água (chuva) há um extravasamento no leito principal dos córregos, e, quando há escassez, também não é repentina a diminuição do volume de água”, afirmou.
A Usina Elétrica do Prata possui a central geradora hidrelétrica Água Clara com capacidade de quatro megawatts e duas pequenas centrais hidrelétricas, a Água Prata e Água Brava. Cada uma como capacidade geradora de 13 megawatts. O gerente operacional, Ivo de Souza Bueno, explicou que o complexo hidrelétrico não pode interferir significativamente no volume do curso d’água, porque não tem capacidade de acumular grande quantidade de água, como é o caso das usinas com barragens com sistema de comportas. O volume de água no rio Prata, portanto, é praticamente estável. Ele conta também que um dos objetivos da visita técnica foi educativo. “O CBH São Lourenço ajudará com sugestões relevantes para a operacionalização dos recursos hídricos”, disse Bueno.
Uma das ações que estão no planejamento da CBH São Lourenço e será realizada em breve nos municípios do Vale do São Lourenço une educação e comunicação. A ideia é levar informações que possam abrir uma conversa com os moradores com moradias próximas aos rios para possibilitar compreensão e consciência sobre os recursos hídricos e seus usos sustentáveis. “Serão feitos projetos de comunicação e educação ambiental a serem oferecidos às populações que dependem desses leitos d’água”, garantiu a presidente do CBH São Lourenço.
Relevância da CBH São Lourenço
O CBH São Lourenço foi criada no dia 8 de novembro de 2012. Sua atuação contempla 332.875 habitantes e impacta positivamente 13 municípios mato-grossenses. A sua área de abrangência é de 24.768 km².
Texto: Assessoria