O Globo Repórter desta sexta-feira (1º) foi conhecer iniciativas em várias regiões do país que comprovam ser possível enfrentar os desafios diários e tornar o ensino mais atraente.
O Globo Repórter desta sexta-feira (1º) mostrou iniciativas de educação simples que fazem a diferença e ajudam a melhorar a vida de muitos brasileiros. Em Belo Horizonte, Minas Gerais, a professora Lavínia Rocha inovou e suas aulas viralizaram na internet.
A estratégia? Ensino associado à diversão. Ensinando, ela teve certeza de que o aluno aprende mais quando se identifica com a matéria.
“A aula sempre foi construída com eles. Algumas coisas eu planejo, mas chega na hora a gente tem uma ideia. Querem fazer um teatrinho, então vamos fazer teatrinho. Querem jogo? Vamos fazer jogo”, disse.
“Eu gosto desse tipo de aula porque não fica aquele negócio chato de só ler, fazer atividade e depois estudar para a prova. Fica uma coisa mais divertida, mais dinâmica para aprendermos”, diz a aluna Marília Vieira Lage.
Jovens contra o Bullying
Em Ceilândia, no Distrito Federal, um projeto está combatendo o bullying e a evasão escolar por meio do afeto. O “Jovens Líderes pela Paz” surgiu há um ano e hoje abrange 15 escolas e tem mais 350 jovens líderes.
“A gente tenta com o projeto ‘Jovens Líderes pela Paz’ é combater o bullying e a violência nas escolas, a evasão e sempre tentar acolher o próximo”, explicou Yamila de Araújo, estudante de 16 anos.
A percepção de insegurança nas escolas acontece em todo o Brasil, mas, no DF, uma pesquisa mostrou que 70% dos entrevistados – de 1.001 pessoas – não consideram as escolas públicas seguras. E o projeto “Jovens Líderes pela Paz”, ideia das irmãs gêmeas Isabela Rodrigues e Isadora, e do amigo Eduardo, surgiu para tentar mudar esse panorama.
“Se a gente quer melhorar a qualidade de ensino e a diminuição da violência, é necessário que a gente coloque essa mudança na mão dos estudantes para que eles mesmos façam isso acontecer”, conta Isabela Rodrigues, uma das fundadoras do projeto.
Conheça as iniciativas educacionais que melhoram a vida de jovens pelo Brasil. — Foto: Reprodução/Globo Repórter
Música e educação
Em Oeiras, no Piauí, uma escola que atende alunos do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental incluiu aulas de bandolim como parte do processo de ensino. E não é só diversão, tem repercussão no aprendizado como um todo.
“Os alunos passam a ter um melhor comportamento na sala de aula, disciplina, e a concentração, coordenação motora, enfim. São vários benefícios”, explicou Herbert Vinicius Silva, professor.
“A música é uma cultura, uma arte da nossa cidade aqui. A gente aprende, com a música a gente pode relaxar e aprender ainda mais”, disse Aurino Neto, aluno.
Ajudando o próximo
Formado em economia pela USP de Ribeirão Preto, Vinícius de Andrade criou o projeto “Salvaguarda”, que auxilia quem é de escola pública a entender quais possibilidades existem após o ensino médio.
“Eu fui entendendo que para os alunos de escola pública não é falta de interesse entrar numa universidade, até porque os dados mostram que a maioria quer, sim, ingressar. Eles estão, muitas vezes, sendo limitados pela falta de informação”, relatou Vinícius.
Os estudantes do projeto têm apoio psicológico e contam com tutores para melhorar a redação, reforço escolar e orientação vocacional. Eles ainda recebem informações sobre auxílios que o governo oferece para o universitário de baixa renda.
Tecnologia a favor do avanço
No município de Tanque do Piauí, quando o professor de português entra na sala, os alunos já estão com o tablet nas mãos. No entanto, a tecnologia não substitui o livro, nem o professor – que grava as aulas que estão no tablet.
“Dentro do aplicativo, eles vão ampliar a pesquisa, melhorar o ensino e uma aula diferente. A tecnologia deve ser a nossa aliada, não a nossa substituta”, Fábio Medeiros Nunes, professor.
Os aparelhos foram cedidos pela Secretaria de Educação da cidade e a plataforma desenvolvida por uma organização social que oferece cursos para jovens da periferia de Teresina e da zona rural.
“Ele [o tablet] tem o material didático, as aulas. O desafio é, justamente, usar o tablet, coisa que é muito boa, ainda mais para nós jovens estudantes”, contou Juliane Macedo Leal, estudante de 17 anos.