Política pública visa o fortalecimento de micro, pequenas e médias iniciativas jornalísticas, com foco em mídias negras, periféricas e independentes; Programa é uma parceria entre o MCTI, Secom e Ministério da Igualdade Racial

Governo Federal lançou a Incubadora de Soluções para Jornalismo, uma política pública de fortalecimento de micro, pequenas e médias iniciativas jornalísticas com foco em mídias negras, periféricas e independentes.

O programa é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) e o Ministério da Igualdade Racial (MIR) e contará com o investimento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), administrado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

“A iniciativa busca solucionar, por meio do jornalismo, essa realidade de exclusão da comunidade negra do nosso país. Consideramos que o jornalismo é uma ferramenta para comunicar e dialogar com a sociedade e engajar no combate ao preconceito”, explicou o secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do MCTI, Inácio Arruda.

Com o investimento de R$ 15 milhões do FNDCT, será implementado um programa robusto de pesquisa, desenvolvimento tecnológico, inovação e formação, focado na sustentabilidade econômica, no fortalecimento institucional e na inovação de mídias negras, periféricas e independentes.

“A incubadora é apenas um piloto, uma demonstração de que é possível combater o preconceito, é possível fazer uma grande inclusão na sociedade”, diz Arruda, que representou a ministra do MCTI Luciana Santos na cerimônia de lançamento, que ocorreu na segunda-feira, 26 de maio.

A incubadora nasce do reconhecimento de que os desafios do jornalismo contemporâneo são multidimensionais e que exigem respostas estruturantes e sustentáveis.

Investimentos do FNDCT

Fruto de um projeto apresentado pela Secom, a iniciativa foi contemplada pelo programa estruturante “Política com Ciência” do FNDCT, que tem como objetivo o apoio a políticas públicas baseadas em conhecimento científico. Os recursos serão transferidos para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o projeto será executado pela Superintendência de Estudos Sociais e Econômicos da Bahia (SEI) em parceria com o Parque Tecnológico da Bahia, com duração de 24 meses.

O anúncio foi feito durante o 15º Fórum de Internet no Brasil (FIB), evento promovido pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).

15º Fórum de Internet no Brasil

Promovido anualmente pelo CGI.br, o fórum é um evento preparatório para o Fórum de Governança da Internet (IGF), encontro global promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU).

“O fórum é o maior evento multissetorial de discussões dos temas digitais no país, e que conta com a participação de ministérios e os mais variados representantes do setor governamental. Nesse 15º FIB, a gente está comemorando os 30 anos do CGI com várias participações em várias mesas e diálogos com vários setores”, afirma a coordenadora do CGI.br, Renata Mielli.

Entre os assuntos debatidos no fórum está a consolidação e expansão da internet no Brasil de maneira mais diversa, universal e inovadora para serem expressos os princípios da liberdade, dos direitos humanos e da privacidade.

“No FIB, nós discutimos diversos assuntos que nos fazem ter uma melhor compreensão sobre os desafios digitais do país, como o impacto do uso de telas e redes sociais na infância e adolescência e a inteligência artificial e seu impacto para a democracia”, finalizou Mielli.