A proposta foi anunciada oficialmente após um período de consulta pública, com a divulgação do projeto acontecendo no início deste mês

A Indonésia lançou, nesta terça-feira (21), o seu plano de investimento para mobilizar 20 bilhões de dólares (cerca de R$ 98 bilhões) em financiamento prometido por credores globais – liderados pelos Estados Unidos e pelo Japão – para acelerar a descarbonização do seu setor energético, solicitando o desembolso imediato de fundos.

No âmbito da Parceria para a Transição Energética Justa (JETP, na sigla em inglês), o país procura reduzir as emissões de dióxido de carbono para 250 milhões de toneladas métricas para o seu setor de energia até 2030, contra emissões estimadas, caso mantido o ritmo normal, de mais de 350 milhões de toneladas métricas.

A proposta de investimento, conhecida como Plano Abrangente de Políticas e Investimentos (CIPP), foi anunciada oficialmente após um período de consulta pública, depois que o projeto foi divulgado no início deste mês, informa a Reuters.

A Indonésia, um dos maiores emissores mundiais de gases com efeito de estufa, planeja aumentar a percentagem de energia renovável na sua produção de energia para 44% até 2030, contra cerca de 12% em 2022.

“Temos que agir rapidamente porque faltam menos de sete anos para 2030. A parceria deve ser reforçada e acelerada para realizar os projetos prioritários, inclusive para realizar imediatamente os compromissos de financiamento”, disse Erick Thohir, ministro-chefe interino para assuntos de investimento.

O CIPP indicou que seriam necessários investimentos no valor de 97,3 bilhões de dólares para atingir as metas, incluindo 66,9 bilhões de dólares para 400 projetos que precisariam ser iniciados até 2030.

Michael Kleine, encarregado de negócios dos EUA em Jacarta, disse que se espera que o financiamento do JETP “impulsione” o investimento na transição energética e atraia mais financiamento, conforme a Reuters.

Alguns ambientalistas, no entanto, estavam preocupados com a grande parcela de empréstimos comerciais no plano. Metade dos fundos prometidos proviria de financiamento privado, que poderia ser empréstimos comerciais com taxas de mercado, investimentos em capital ou outros instrumentos de dívida.

“Qual é o sentido de esperar que o documento seja divulgado quando o acordo com os países avançados consiste apenas em empréstimos normais?” disse Bhima Yudhistira, do think tank Centro de Estudos Econômicos e Jurídicos.

Texto: Um só Planeta