Uma equipe internacional de pesquisadores anunciou a descoberta do TOI-1452 b, um exoplaneta repleto de água que orbita uma das duas pequenas estrelas de um sistema binário localizado na constelação de Draco, a cerca de 100 anos-luz da Terra.
O astrônomo brasileiro José-Dias do Nascimento, representante da UFRN no estudo que resultou no achado, disse que “as descobertas como essas representam um importante passo no entendimento da diversidade cósmica e ensinam o quão raro podem ser os parâmetros vitais encontrados aqui na Terra”.
As descobertas do TOI-1452b, que está sendo chamado de “super-Terra” devido a essas características, foram publicadas na revista científica The Astronomical Journal.
O exoplaneta é um pouco maior em tamanho e massa do que a Terra e está localizado a uma distância de sua estrela, onde a temperatura não seria nem muito quente nem muito fria para a existência de água líquida na superfície.
A equipe de astrônomos acredita que poderia ser um “planeta oceânico”, completamente coberto por uma camada de água, semelhante a algumas das luas de Júpiter e Saturno.
“O TOI-1452b é ainda um sistema único quando se estuda exoplanetas na transição entre super-Terras e mini-Netunos”, explica.
Segundo José-Dias, esse planeta fora do nosso Sistema Solar “já é considerado uns dos alvos principais para a caracterização atmosférica futura com o telescópio James Webb e para análise através de espectroscopia de transmissão”.
A descoberta foi feita utilizando dados do SPIRou, instrumento caçador de novos mundos que utiliza a luz no infravermelho do Canada – France – Hawaii Telescope (CFHT), instalado no cume da montanha Maunakea, no Hawaii (EUA).
“Esta é uma descoberta importante para nosso grupo na UFRN, pois, em pouco menos de três anos, estamos anunciando o quarto exoplaneta com nossa participação”.
O Exoplaneta anterior foi o TOI-257b, que é um exemplo do que chamamos de ‘sub-Saturnos’, planetas maiores que Netuno e menores que Saturno.
“Agora estamos revelando uma super-Terra. Esses planetas são ausentes na arquitetura do nosso Sistema Solar, apesar de possível”, disse José-Dias.
Por: Ingrid Oliveira da CNN