quarta-feira,27 novembro, 2024

Com aumento nos preços e risco de desabastecimento, tecnologias ajudam na economia de fertilizantes

O Brasil é o maior importador de fertilizantes do mundo — em 2021, das mais de 40 milhões de toneladas de insumo consumidas no país, 85% vieram de outros países, segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). Dentre eles, destaque para a Rússia, que corresponde a cerca de 25% das importações nacionais. Nesse cenário, o contexto externo vem preocupando os produtores, que temem pelo aumento dos preços e pelo risco de desabastecimento. Para lidar com a situação, a adoção de técnicas e produtos para racionalização do uso de fertilizantes deve ser prioridade entre produtores e empresas do ramo em 2022.

Em 2021, os preços dos insumos agrícolas já haviam sofrido uma grande escalada, chegando a acumular altas que superaram 100% em razão da alta demanda, escassez da oferta mundial, elevação dos preços internacionais e problemas logísticos. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) havia destacado que esse deveria ser um dos maiores desafios do setor para 2022, ressaltando que o viés altista deveria influenciar as margens de lucro. 

Com o cenário de guerra se estendendo, a situação deve ficar ainda pior. Rússia e Bielorrúsia, aliados no conflito, são duas das maiores produtoras de potássio do mundo, além de também serem importantes na exportação de outros macronutrientes, como nitrogênio e fósforo. Com as sanções da Europa e dos Estados Unidos aos países, deve-se gerar repercussões significativas para vários mercados, sobretudo o agronegócio brasileiro, que importa cerca de 30% dos seus insumos destas federações.

“A curto prazo, os preços dos fertilizantes devem subir ainda mais, aumentando os custos operacionais para os agricultores e impactando nos preços dos produtos agrícolas. Em seguida, devemos começar a ter dificuldades na obtenção de fertilizantes e atrasos nas entregas, com riscos de desabastecimento para as próximas safras”, comenta Bernardo de Castro, presidente da divisão de Agricultura da Hexagon, que desenvolve soluções tecnológicas para os mercados agrícola e florestal.

O especialista defende que o cenário é propício para a adoção de tecnologias capazes de otimizar a utilização de insumos, como os controladores de fertilizantes. “Esse tipo de produto regula e automatiza a aplicação de insumos de forma inteligente, permitindo que cada parte da área agrícola receba a quantidade ideal de fertilizantes e corretivos — considerando suas características, e não uma dose média. Isso é importante porque o solo é desuniforme e as áreas de cultivo podem ter grande variação em necessidades de fertilização ”, explica Bernardo. 

Com essa distribuição feita a partir de mapas georreferenciados, que são gerados com base em históricos de produtividade e análises do solo, é possível aumentar a produtividade, já que o solo consegue captar todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento dos seus cultivos com qualidade. Além disso, como a solução monitora e controla toda a aplicação, ela reduz falhas e desvios de adubação, evitando desperdícios dos insumos. No caso do HxGN AgrOn Controle de Fertilização, desenvolvido pela divisão de Agricultura da Hexagon, por exemplo, há uma economia de cerca de 20% nos insumos aplicados.

“Tecnologias como essa, que permitem a racionalização do uso de insumos, são essenciais para manter a competitividade diante de um cenário de incertezas como o atual. Além disto, também promovem uma maior sustentabilidade, pilar fundamental do nosso agronegócio”, reforça.

Fonte: Dialetto

Por: Portal do Agronegócio

Redação
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