Nova cobertura que muda de cor foi projetada para se ajustar automaticamente e ajudar a controlar a temperatura interna
Adicionar um revestimento branco e que reflete a luz ao telhado pode ajudar a manter uma casa mais fresca no verão e economizar eletricidade ao reduzir a necessidade do ar-condicionado.
Mas, se você mora em uma cidade com inverno muito rigoroso, o mesmo revestimento pode fazer com que seja necessário usar mais aquecimento quando está congelando lá fora.
Um novo revestimento de teto que muda de cor foi projetado para ajudar a resolver esse problema, ajustando-se automaticamente para controlar a temperatura interna.
Uma equipe de engenheiros do Instituto de Tecnologia de Harbin, na China, inspirou-se em um réptil do deserto, o camaleão da Namíbia, que muda de cor para ajustar a própria temperatura corporal. Em um dia quente, o camaleão fica cinza claro para poder refletir a luz do Sol. Quando o clima está mais frio, ele fica marrom escuro para absorver calor.
O revestimento de teto usa a química para mudar de cor, com micropartículas “termocrômicas” que reagem naturalmente conforme as temperaturas externas aumentam ou diminuem.
OS EDIFÍCIOS SÃO RESPONSÁVEIS POR CERCA DE 40% DAS EMISSÕES GLOBAIS DE CARBONO, E UMA GRANDE PARTE DESSAS EMISSÕES VEM DO AQUECIMENTO E RESFRIAMENTO DOS AMBIENTES INTERNOS.
A mistura de micropartículas pode ser pulverizada ou aplicada com pincel no telhado. Quando atinge 20ºC, o revestimento começa a mudar de cinza escuro para cinza claro. Quando chega aos 30ºC, pode refletir até 93% da radiação solar.
Em clima frio, o revestimento absorve calor e fica mais quente. Na primavera e no outono, se houver grandes variações de temperatura ao longo do dia, ele pode mudar de cor várias vezes.
Em testes ao ar livre no verão, a equipe descobriu que seu o revestimento manteve a temperatura amena muito mais do que a tinta branca comum. No inverno, foi mais quente do que outros revestimentos altamente reflexivos.
Em climas com verões quentes e invernos frios, os cientistas estimam que o revestimento poderia ajudar a economizar cerca de 20% nos custos de energia em comparação com outros revestimentos desse tipo.
Isso é significativo: os edifícios são responsáveis por cerca de 40% das emissões globais de carbono, e uma grande parte dessas emissões vem do aquecimento e resfriamento dos ambientes internos. Os pesquisadores agora planejam comercializar a tecnologia.
O produto deve ser acessível porque se baseia em materiais de resfriamento de baixo custo que já existem.
“Esse revestimento de resfriamento que se adapta à temperatura só precisa que sejam adicionados materiais termocrômicos a ele”, diz Cheng Ziming, do Centro de Engenharia de Energia e Meio Ambiente do Instituto de Tecnologia de Harbin.
“O mais importante é que os benefícios superam em muito os custos.”
Texto: Adele Peters