Um time de cientistas anunciou a descoberta de dois planetas, com características similares à Terra, embora sejam bem maiores. E um deles pode apresentar condições propícias ao desenvolvimento de formas de vida. Ambos orbitam a estrela anã LP890-9, a cem anos-luz da Terra. Os corpos celestes foram localizados pela Nasa e a Universidade de Liège, na Bélgica, por meio dos telescópios Search for habitable Planets EClipsing ULtra-cOOl Stars (SPECULLOS), instalados no Chile e no arquipélago de Tenerife, na Espanha. A liderança da missão coube à astrofísica Laetitia Delrez, da Universidade de Liège.
O primeiro planeta encontrado não revelou muitas surpresas. O segundo, no entanto, intrigou os cientistas. O LP 890-9c ou SPECULOOS-2c, com uma órbita de 8,5 dias ao redor da estrela anã, se encontra um zona potencialmente habitável. Sua órbita permite que ele receba uma quantidade de radiação solar parecida com a da Terra. E pode haver água em sua superfície.
“Embora este planeta orbite muito próximo de sua estrela, a uma distância cerca de 10 vezes menor que a de Mercúrio ao redor do nosso Sol, a quantidade de irradiação estelar que ele recebe ainda é baixa e pode permitir a presença de água líquida desde que tenha uma atmosfera suficiente para isso”, explicou Francisco Pozuelos, co-autor do estudo.
O próximo passo é estudar a atmosfera do planeta. A ideia é estabelecer se ele pode de fato ser favorável a alguma forma de vida, como se acredita. Até agora, o LP 890-9c é um dos candidatos mais fortes a apresentar condições para isso. A descoberta tem sido comemorada pelos cientistas. “Trata-se de uma oportunidade única para entender melhor as condições de habitabilidade em torno das estrelas menores e mais frias de nossa vizinhança solar”, disse Laetitia Delrez.
E esse não foi o único achado importante recente. Há algumas semanas, os cientistas localizaram outra “super-Terra”, chamada de TOI-1452 b, que orbita uma estrela anã vermelha também a cerca de 100 anos-luz da Terra — algo considerado “bastante perto”. Os planetas descobertos vêm sendo estudados incessantemente pelos astrofísicos.
Por: Carla Aranha