Cientistas e médicos chineses desenvolveram uma sonda imunofluorescente para o diagnóstico precoce e a navegação intra-operatória de tumores. A novidade promete trazer uma “visualização” mais precisa e clara das neoplasias.
Segundo os cientistas, a tecnologia é baseada em nanocorpos totalmente humanos e reforçada com corante próximo ao infravermelho, para facilitar a geração de bioimagens de tumores metastáticos. Ela conta com vantagens significativas sobre os corantes fluorescentes tradicionais, tais como forte presença, alta sensibilidade de detecção e boa estabilidade.
A pesquisa foi conduzida pela equipe do professor Ying Tian Lei e do pesquisador associado Wu Yanling, da Universidade de Fudan, na China, juntamente com o professor Li Fuyou, do Departamento de Química da Universidade de Fudan. Segundo Tian Lei, a tecnologia de imagem fluorescente conta com amplas perspectivas de aplicação no campo biomédico devido às suas vantagens, que incluem alta sensibilidade de detecção, boa resolução e risco inexistente de radiação.
O autor do estudo também informou que, até o momento, poucos corantes fluorescentes não direcionados foram usados para orientação cirúrgica na ressecção de tumores, enquanto a maioria das sondas imunofluorescentes baseadas em vários agentes biológicos direcionados ainda estão em fase de testes clínicos.
Desafios das sondas imunofluorescentes
As sondas imunofluorescentes atualmente em desenvolvimento são grandes, de difícil acesso aos epítopos — a menor parte do antígeno capaz de gerar alguma resposta imune — com resistência espacial, e não são adequadas para aplicação clínica imediata. Desenvolvê-las, aliás, ainda é algo extremamente desafiador para a ciência.
O grande avanço dos cientistas chineses foi conseguir criar um nanocorpo anti-tumoral derivado de células humanas. Com isso, ele funciona como transportador biocompatível de alta afinidade, e ainda consegue sintetizar uma nova sonda imunofluorescente, chamada ICGM-n501.
Tian Lei também revela que em um caso de metástase de câncer de ovário, os pesquisadores observaram que o ICGM-n501 tem uma “boa mira tumoral” através da tecnologia de imagem in vivo, que permite a visualização não invasiva e acompanhamento da atividade celular e genética dentro de um organismo vivo, em tempo real.
A tecnologia permite obter imagens altamente precisas de tumores, o que leva à identificação eficiente de pequenas lesões tumorais (com tamanhos tão pequenos quanto 1,38 mm) que não podem ser encontradas por outras técnicas.
A pesquisa dos especialistas também ajudou a reduzir ainda mais a quantidade de sondas utilizadas e melhorar as imagens fluorescentes, oferecendo o potencial de inovação em métodos de detecção de imunoensaios — operação metódica para analisar, descrever ou testar determinada substância com uso de anticorpos ou de antígenos.
Por: Munique Shih