sexta-feira,22 novembro, 2024

Cientistas desenvolvem “adesivo sustentável” para facilitar reciclagem

Adesivos podem ser utilizados como rótulos de embalagens, lacres ou para enfeitar paredes graças à propriedade de aderência, que permite a união de diferentes materiais e superfícies. No entanto, os resíduos pegajosos desses produtos atrapalham a reciclagem, principalmente de vidros e papelões. Na tentativa de resolver esse problema, cientistas da Universidade de Surrey, no Reino Unido, desenvolveram um adesivo que se dissolve rapidamente durante os processos que visam o reaproveitamento de materiais.

Para isso, a equipe aplicou um aditivo químico na composição de um adesivo semelhante ao usado em fitas de embalagem comerciais. O objetivo era que o novo elemento criasse conexões degradáveis na rede de moléculas que formam o adesivo, permitindo que os resíduos aderentes se dissolvessem mais rápido. Os resultados do estudo, publicado, neste mês, na revista Angewandte Chemie, mostram que os resíduos pegajosos foram dissolvidos até 10 vezes mais rápido, quando comparados ao processo em um adesivo não degradável.

“O problema dos resíduos de rede é frustrante em escala industrial, e as consequências dos adesivos insolúveis na qualidade dos produtos reciclados são uma preocupação ainda maior. Nossa solução oferece a promessa de uma reciclagem menos desafiadora e mais econômica”, enfatiza, em nota, Joseph Keddie, um dos responsáveis pela pesquisa.

Mais qualidade

Perda de qualidade, bloqueios nos sistemas de água e até danos nas máquinas de reciclagem estão entre os problemas causados por esse tipo de sobra. Ainda que existam outros adesivos degradáveis, não há nenhum que tenha na composição química uma substância que permita a rápida dissolução, segundo a equipe britânica. “Estamos provando que é possível usar adesivos semelhantes e mostramos que um simples aditivo tem o potencial de aumentar a qualidade de materiais reciclados”, diz, em nota, Peter Roth, professor sênior de química de polímeros em Surrey.

Até o momento, a solução foi testada em vidro, aço, plástico e papel, incluindo papelão. Os pesquisadores planejam investir na comercialização da substância e avaliar como ela pode contribuir para um cenário sustentável. “Os próximos passos seriam analisar a viabilidade comercial desse aditivo, bem como o impacto na sustentabilidade”, conta Peter Roth.

Fonte: Correio Braziliense

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