Experimento conseguiu despertar uma transmutação nuclear com sucesso
Cientistas da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN) conseguiram atingir a principal meta da alquimia medieval: transformar chumbo em ouro.
Usando o Grande Colisor de Hádrons (LHC), maior acelerador de partículas do mundo, os cientistas conseguiram transformar chumbo em ouro. Contudo, a transformação durou uma fração de segundos. Os cientistas publicaram um estudo na última quarta-feira (7), detalhando o processo.
Como os cientistas conseguiram transformar chumo em ouro
O LHC colide íons de chumbo em uma velocidade que se aproxima a da luz para simular as extremas condições pós-Big Bang. Durante esses experimentos, os cientistas observaram um fenômeno em que o núcleo do chumbo perdia nêutrons ou prótons por meio de eventos de “quase colisão”.
Como os átomos de chumbo têm somente três prótons a mais que os do ouro, a perda de tais partículas subatômicas em condições precisas resultaram na transformação temporária.
De acordo com os cientistas, o experimento conseguiu despertar uma transmutação nuclear com sucesso.
Os cientistas usaram o detector ALICE (A Large Ion Collider Experiment, ou “Um Experimento do Grande Colisor de Íons”) para filtrar os átomos de ouro dos detritos das milhões de colisões.
Conforme o estudo, colisões entre 2015 e 2018 produziram 86 bilhões de núcleos de ouro, ou quase 29 trilionésimos de uma grama de ouro.
Além disso, os átomos de ouro, que se formaram pela perda de partículas de chumbo, se desintegraram em partículas menores. Desse modo, o processo de transformar chumbo em ouro usando o LHC foi mais uma observação científica do que um método prático para a produção do elemento.
Portanto, apesar da conquista importante, os cientistas da CERN não visam usar o LHC para produção comercial de ouro. Aliás, o processo de transformar chumbo em ouro é caro, ineficiente e gera quantidades negligentes do elemento.
Em um comunicado, os cientistas destacaram que transformar chumbo em ouro faz parte do objetivo da CERN de compreender as propriedades fundamentais da matéria e as interações que ocorrem na transmutação nuclear.
Por: Pablo Nogueira