As nuvens produzem precipitação e neve, afetando as chuvas e a vegetação global; bloqueiam a luz solar, resfriando a superfície do planeta e proporcionando sombra ao solo, mas também podem reter calor e umidade, aquecendo posteriormente o ar

Partículas minúsculas de plástico estão espalhadas por todo o Planeta Terra, no solo, na água, nos alimentos e até no sangue das pessoas. E, agora, um grupo de cientistas da Universidade de Shandong, da China, encontrou pedaços também nas nuvens.

Eles coletaram água de nuvens localizadas no topo do Monte Tai e verificaram que 24 das 28 amostras continham o material, incluindo tereftalato de polietileno (também conhecido como PET), polipropileno, polietileno e poliestireno, comumente encontrados em fibras sintéticas e embalagens.

“Esta descoberta fornece evidências significativas da presença de MP [microplásticos] abundantes nas nuvens”, afirmaram os pesquisadores em um artigo publicado na revista científica Environmental Science and Technology Letters.

Segundo eles, isso pode afetar a formação das nuvens. “A formação de nuvens tem uma enorme implicação não só nos nossos padrões climáticos locais, mas também nas nossas temperaturas globais”, comentou Fay Couceiro, professor de poluição ambiental na Universidade de Portsmouth que não está envolvido no estudo, ao jornal The Guardian.

A reportagem do jornal britânico acrescenta que as nuvens afetam o clima de várias maneiras: elas produzem precipitação e neve, afetando as chuvas e a vegetação global; bloqueiam a luz solar, resfriando a superfície do planeta e proporcionando sombra ao solo, mas também podem reter calor e umidade, aquecendo posteriormente o ar.

Os autores do estudo afirmam que sãos necessárias mais investigações para determinar qual exatamente é o impacto dos microplásticos no clima. Já Couceiro ponderou que mais pode ser feito para resolver esta questão. “Só existe um grupo de animais neste planeta que utiliza plástico: nós, seres humanos. Precisamos realmente de uma resposta global para isto, porque não será resolvido por um único país, porque não respeita fronteiras”, completou.

Texto: Redação, do Um Só Planeta