Pesquisadores do Laboratório Hongtuo Joint de Wuhan, na China, desenvolveram uma caneta laser que “escreve” no ar. O dispositivo usa rajadas extremamente curtas e poderosas para transformar moléculas em luz, podendo criar qualquer tipo de padrão desejado.
Segundo os cientistas, esse laser é capaz de criar imagens e caracteres fantasmagóricos do nada, ou seja, a tecnologia não precisa de nuvens, paredes sólidas ou poeira como pano de fundo para gerar ilusões de óptica em alta resolução que flutuam no ar.
“Em um futuro próximo, essa caneta laser poderá ser utilizada para o desenvolvimento de uma tecnologia capaz de criar hologramas muito mais realistas do que as soluções apresentadas até agora”, explica o pesquisador Cao Xiangdong, autor principal do estudo.
Caneta laser
O novo dispositivo pode desenhar padrões em qualquer lugar usando pulsos de laser ultracurtos que retiram os elétrons das moléculas de ar, transformando-os em luz que pode ser modelada para formar figuras complexas ou caracteres para compor uma frase completa.
Esses pulsos de laser de alta intensidade são focados em pleno ar para criar uma espécie de plasma — ou gás ionizado — que emite energia em forma de luminosidade. Um scanner 3D também é utilizado para organizar os pixels com precisão milimétrica, permitindo que as imagens em alta definição flutuem.
“Os pulsos curtos duram apenas femtossegundos — uma unidade de tempo equivalente a um quadrilionésimo, ou um milionésimo de um bilionésimo de segundo. Devido à duração extremamente curta dos pulsos, os picos de energia da caneta laser podem atingir um milhão de megawatts”, acrescenta Xiangdong.
Desenhando no ar
Em uma demonstração feita em laboratório, os pesquisadores criaram personagens de eram visíveis de qualquer ângulo, como se fossem hologramas que podiam ser “tocados” em todas as dimensões, dando a impressão de que estavam pairando sobre uma superfície plana.
Segundo os cientistas, esse novo método pode ser usado no futuro em áreas como manufatura de alta precisão, em instrumentos médicos para tratamentos à distância, em dispositivos de computação quântica ou para gerar imagens cerebrais ultrarrealistas em 3D.
“Esse é apenas o segundo protótipo da nossa caneta laser. Uma versão mais aprimorada contará com um controle mais preciso para distribuir o pulso luminoso, permitindo a geração de imagens coloridas maiores e mais brilhantes no ar”, encerra Cao Xiangdong.
Fonte: SCMP