segunda-feira,23 setembro, 2024

Cidades inteligentes: redução de acidentes de trânsito com uso mais eficiente de dados

O monitoramento e o controle eletrônico aplicados à gestão da mobilidade em áreas urbanas são pilares das cidades inteligentes, como debatido no Smarter Cities & Digital ID Forum, nesta quarta-feira, 16/11. O ponto em discussão foi “Soluções de fiscalização eletrônica para a redução de acidentes”. 

De Córdoba, na Argentina, Juan Manuel Aráoz, administrador-geral no Juizado de Infração, contou que a cidade tem um centro de monitoramento urbano que tem como objetivo trabalhar na prevenção. “A finalidade é melhorar a conduta dos motoristas e controlar o trânsito”, disse. Para isso, houve uma mudança de paradigma, saindo de uma mentalidade arrecadatória para primar pelo preventivo, focando na redução de infrações, por meio da adoção de ferramentas tecnológicas para melhorar a convivência da gestão pública com o cidadão.

O ponto-chave para isso foi, segundo Juan Manuel Aráoz, ter processos transparentes e que propiciem segurança jurídica, tudo de forma digital. O sistema de monitoramento começou em abril — primeiramente de forma educacional e depois com aplicação de multas — e tem como objetivo reduzir a conduta perigosa. “A partir do momento que se começou a cobrar houve mudança de conduta e queda de infrações”, apontou. “As cidades inteligentes não são as que têm mais ferramentas, mas, sim aquelas que as usam melhor”, completou.

Também na Argentina, a capital Buenos Aires tem fiscalização eletrônica de trânsito, explicou Nicolás Porrez, diretor de projetos de tributação eletrônica na cidade de Buenos Aires. Recentemente, as câmeras usadas para o monitoramento passaram por atualização. Elas são usadas para a fiscalização eletrônica e, com base nos dados coletados, é feito o planejamento da mobilidade. Uma das metas ao implantar câmeras foi reduzir o número de acidentes de trânsito.

A solução tem câmeras fixas e móveis, com processamento local. O sistema contempla o uso de cinemómetros para obtenção dos dados, que são remetidos para análise de vídeo e, então, é lavrada a infração. Está em desenvolvimento uma solução para verificar uso de celular e cinto de segurança. A tecnologia aberta também permite monitorar as ciclovias para verificar, por exemplo, se houve invasão da faixa.

Uso da tecnologia no trânsito para a criação de dados também está em uso em Lima, no Peru. Álvaro Enrique Castro Guzmán, gerente de mobilidade urbana no município de Lima, disse que a capital tem como meta fazer a transição do modal de transporte privativo e particular para o público. “Buscamos fazer uma gestão de trânsito efetiva e eficiente. Para isso, temos de atuar na prevenção e depois na sanção e punição”, afirmou.

A capital peruana está implantado um projeto, com financiamento do Banco Mundial, que coloca um sistema de detecção eletrônica de infração de trânsito. Outro projeto apontado por Castro Guzmán é de um aplicativo por meio do qual cidadãos podem registrar condutas que considerem  infratoras. “Os problemas relacionados ao trânsito não é algo que uma autoridade pode solucionar sozinha, porque tem outros atores”, pontuou.

Na Costa Rica, a modernização na mobilidade começou em 2007 com a polícia de trânsito trocando o papel por dispositivos móveis, conforme relatou Marco Vinicio Ureña, chefe da área de projetos tecnológicos do Conselho Costarriquenho de Segurança Rodoviária. Em 2011, teve início o sistema de câmeras na capital; entre 2016 e 2018 foram implantados cinemómetros e, entre 2018 e 2020, os sistemas passaram a ser automáticos, como o sistema de transporte inteligente com objetivo de melhorar a gestão de mobilidade tomando em conta verificação de velocidade, controle dos semáforos e uso de cinto de segurança. 

“Elemento-chave, do ponto de vista tecnológico, para realizar a implementação de fiscalização eletrônica foi que a Costa Rica teve o desenvolvimento de dois sistemas: um para a acreditação de condutores e outro para infrações e acidentes de trânsito. Juntos, eles facilitaram a integração de diferentes soluções de fiscalização”, completou Marco Vinicio Ureña.

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