A corrida espacial ganha mais um novo capítulo após a China antecipar sua missão para coletar amostras de rochas de Marte, atropelando os planos da NASA.
Durante uma conferência no último dia final de semana, o diretor de desenvolvimento da missão Tianwen-3, Liu Jizhong, anunciou que a China lançará a missão mais cedo, já em 2028. Anteriormente, a estimativa era de que o gigante asiático enviasse a sonda para Marte apenas em 2030 — cujo principal objetivo é “encontrar evidência de vida”, segundo Liu.
PorPablo Nogueira11 de setembro de 2024 às 16:503 minutos de leitura
A corrida espacial ganha mais um novo capítulo após a China antecipar sua missão para coletar amostras de rochas de Marte, atropelando os planos da NASA.
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Durante uma conferência no último dia final de semana, o diretor de desenvolvimento da missão Tianwen-3, Liu Jizhong, anunciou que a China lançará a missão mais cedo, já em 2028. Anteriormente, a estimativa era de que o gigante asiático enviasse a sonda para Marte apenas em 2030 — cujo principal objetivo é “encontrar evidência de vida”, segundo Liu.
Na prática, a China pretende lançar dois foguetes Long March 5. Um foguete vai carregar o foguete de voo e o lander, enquanto o outro levará o orbitador e o módulo de retorno.
Assim como a primeira missão, de 2020, a Tianwen-3 vai contar com um helicóptero, similar ao Ingenuity, da NASA. Além disso, a missão terá um robô para explorar regiões do planeta vermelho anteriormente selecionadas pela relevância em astrobiologia.
Com a nova data, os chineses sugerem que as rochas marcianas podem chegar na Terra em 2031.
China avança enquanto NASA empaca
É bem provável que a NASA tenha reagido negativamente à notícia sobre China antecipar sua missão para coletar e trazer rochas de Marte à Terra. Mas, não apenas pelo fato de o país asiático ser o principal rival geopolítico dos Estados Unidos.
Recentemente, o governo dos EUA obrigou a NASA a reestruturar o seu programa de retorno de amostras de Marte após a agência anunciar que a missão custaria US$ 11 bilhões.
A missão MSR (Mars Sample Return), prevista inicialmente para 2027, pretendia enviar uma sonda para trazer para a Terra amostras de solo marciano coletadas pelo rover Perseverance. Segundo a NASA, a expectativa era que as primeiras amostras de Marte pousariam na Terra em 2033.
Porém, a missão sofreu duras críticas em um relatório de especialistas do Conselho de Avaliação Institucional da NASA (IRB). O documento do fim do ano passado, assinado por especialistas independentes, ressaltava que a missão era “excessivamente complicada”. Ainda de acordo com o relatório, a NASA não conseguiria lançar a missão a tempo com “financiamento disponível”. Veja como a agência pretendia trazer as amostras:
Após o relatório, a NASA decidiu buscar ajuda de empresas privadas, incluindo, obviamente, a SpaceX, para desenvolver um plano com soluções práticas para reduzir os custos e descomplicar a missão.
Enquanto isso, a China, que também deve enfrentar desafios em sua missão. O país já afirmou que pretende cooperar com outras nações durante o retorno das rochas de Marte à Terra.
Contudo, como já informamos aqui no Giz Brasil, dificilmente os EUA serão um desses colaboradores. Portanto, a NASA terá que assistir à China trazer as rochas de Marte antes de buscar as suas.
Por: Pablo Nogueira