Essa pergunta tem tomado as rodas de discussão acerca de qual carro escolher para acelerar a descarbonização do planeta. Antes de respondê-la com propriedade, é preciso colocar na mesa quais são as formas disponíveis para fazer um veículo rodar, ou seja, quais são as fontes de abastecimento que, hoje, estão ao nosso alcance.
Como emitir menos gases de efeito estufa (GEE) é o objetivo principal, o Brasil leva vantagem em relação a outros países europeus, pois, por exemplo, tem uma das maiores matrizes de energia renovável do mundo – 87,4%, segundo o boletim do Ministério das Minas e Energia, emitido em dezembro de 2022, que traz o ano consolidado. E isso faz muita diferença.
Em um estudo conduzido e apresentado em março deste ano pela Stellantis, grupo automotivo formado da união da montadora ítalo-americana Fiat Chrysler Automobiles (FCA) com a montadora francesa PSA Group, a empresa comparou emissões de diversas fontes.
Os resultados são claros: o carro 100% elétrico BVE (a bateria) que circula com energia brasileira, aparece em primeiro lugar como alternativa mais sustentável, com 21,45 kg de CO2eq (equivalente de dióxido de carbono). Em segundo lugar, vem o carro a etanol E100 (hidratado, com 4,9% de água), com 25,79 kg de CO2eq; em terceiro, o 100% elétrico BEV com energia europeia, com 30,41 kg de CO2eq; e, em quarto, a gasolina E27 (27% de etanol anidro, previsto por lei), com 60,64 kg CO2eq.
Diante dos números, fica evidente que o Brasil está em vantagem em relação à Europa, região na qual um carro 100% elétrico emite 30,41 kg de CO2eq, algo entre a gasolina e o etanol se tomarmos como parâmetro o estudo da Stellantis, mencionado acima.
Aqui, já podemos responder à pergunta inicial: sim, o carro elétrico polui menos. E avançamos para traçar um panorama mais consistente sobre como esse modelo de transporte pode ser uma excelente alternativa num momento em que todos estão discutindo para onde ir, o que comprar e como acelerar a transformação para um mundo mais sustentável.
Descarbonização
A medição e o reporte de emissões de CO2 devem estar no centro das estratégias atuais e futuras de qualquer companhia e, por que não?, do cliente final, que, indiretamente, impacta na descarbonização do planeta. Segundo estudo da Boston Consulting Group, a presença de etanol na matriz brasileira gera variação na aferição de emissões, a depender da metodologia de medição.
No caso da metodologia “Do tanque à roda”, que mede apenas a emissão de CO2, um veículo a gasolina gera 149 g por km2; já um a etanol, 136 g por km2. Quando se traz o indicador “Do poço à roda”, que inclui produção, refino e distribuição, esses números mudam: 151 g por km2 para gasolina; e 46 g por km2 para etanol. Melhor ainda é o carro elétrico (BEV), no caso do Brasil, que é carregado na matriz energética brasileira, uma das mais limpas do mundo.
Na Siemens, temos carregadores elétricos instalados nas localidades Anhanguera e Jundiaí para uso de colaboradores e visitantes. Além disso, operamos com frota elétrica, em que a emissão de CO2 é zero, pois a companhia compra energia elétrica renovável de fornecedoras certificadas.
Esse incentivo faz parte das diretrizes de sustentabilidade da empresa, que opera dentro da estrutura Degree, um framework baseado em seis campos de ação, representados pelas iniciais de cada uma das palavras a seguir: Descarbonização, Ética, Governança, Recursos com uso eficiente, Equidade e Empregabilidade – modelo que traz muitos benefícios e reflexos econômicos.
Nós atuamos para construir cidades inteligentes para um futuro em que o percentual de carros elétricos cresça cada dia mais, contribuindo para os esforços globais pela descarbonização do planeta. Para que isso se torne realidade, precisamos fomentar a criação de infraestrutura pública de carregamento, viabilizando a adoção em maior escala, uma vez que é quase que totalmente dependente da iniciativa privada, com investimentos feitos por empresas que acreditam no avanço do mercado no País.
Por aqui, estamos fazendo a nossa parte, dando exemplo dentro da nossa própria casa porque acreditamos que, quando se fala em temas como diminuição na emissão de CO2 na atmosfera, não podemos deixar o transporte de lado, seja ele particular, seja público. Até porque a eficiência energética é imperativa e pode mitigar uma série de problemas.
Promover cidades inteligentes e mobilidade elétrica é algo pelo qual lutamos sempre. Afinal, não basta apenas emitir menos CO2, é preciso que a infraestrutura de abastecimento seja sustentável.