As novas startups pela Europa se beneficiam não apenas do Venture Capital, mas, principalmente, de um ativo intangível que é a própria cultura de risco que se vê nesse ambiente.
O primeiro diz respeito ao capital de risco (VC), e é uma modalidade de investimento em que o dinheiro é aplicado em empresas jovens com expectativa de alto potencial.
Já o segundo está mais ligado ao turn over (rotatividade) que as empresas de tecnologia reportam. Entretanto, não se trata de “sair por sair”, mas sim do “sair para empreender”.
Na prática, significa dizer que profissionais altamente qualificados acabam deixando a empresa para implementarem suas próprias ideias de negócio. É a busca pelo unicórnio.
Um relatório elaborado pela empresa de capital de risco Accel aponta que na Europa e em Israel cria-se uma média de cinco startups de tecnologia para cada empresa de capital de risco avaliada em US$ 1 bilhão ou mais.
Na pesquisa, a Accel destaca – utilizando dados da Dealroom, que das 353 empresas “unicórnios” na região, 221 criaram 1.171 novas startups habilitadas para tecnologia, já que os funcionários dessas empresas partiram para iniciar seus próprios empreendimentos.
Multiplicação de startups
O relatório da Accel pontua, também, utilizando outra base de dados, que de 344 unicórnios apoiados por VC, 201 levaram à criação de 1.018 novas startups.
A companhia elenca, como exemplo, que o Spotify gerou 32 novas empresas, a Delivery Hero gerou 32, e a Criteo gerou 31 novas startups.
O caso mais emblemático desse roteiro empresarial está ligado ao megaempresário Elon Musk que, da venda da Paypal, criou a SpaceX. A primeira é uma empresa de pagamentos online, enquanto a segunda é uma fabricante de satélites.
Já o cofundador da Paypal, Peter Thiel, migrou para a empresa de big data Palantir, onde também foi co-founder, depois, saiu e se tornou um investidor renomado com seu Valar Ventures and Founders Fund, que atua em VC.
Um ponto elencado pela Accel destaca que funcionários de startups na Europa e em Israel tendem a favorecer suas próprias cidades para estabelecer seus novos negócios, com mais da metade das novas empresas fundadas na mesma cidade que o unicórnio de onde saíram.
Europa e Eurásia
O ranking da Accel informa que Tel Aviv foi o maior centro individual de produção de fábricas iniciantes, com 127 novas empresas surgindo de 33 unicórnios.
Dentro da Europa, Londres hospedou o maior número de fábricas de startups para uma única cidade, com 27 unicórnios e 185 startups, enquanto Berlim ficou logo atrás com suas 25 fábricas fundadoras e 165 spinouts de startups.
A pesquisa traz, ainda, que os fundadores de segunda geração levam em média 28 meses para fundar suas próprias startups, e a idade média desses empreendedores é de 33 anos.
Três quartos dos fundadores de segunda geração receberam educação superior, com 60% obtendo um mestrado. “O tempo médio que uma startup leva para atingir o status de unicórnio na Europa agora é de apenas sete anos”, disse Accel.
Unicórnios no Brasil
O Brasil ganhou, em 2021, 10 novos unicórnios, termo usado para nomear startups que ultrapassam valor de mercado de US$ 1 bilhão. Os setores de e-commerce, mídia, fintech, segurança e logística concentraram os negócios dessas companhias no ano passado.
O país também se classifica entre os 10 países com o maior número de startups consideradas unicórnios, com uma relação total de 19 em meio a um registro de mais de 13.500 startups em todo o país.
Na mitologia, unicórnio é um animal raro e por isso é utilizado no ambiente tecnológico, pois ideias com essa envergadura não são fáceis de conseguir… leia mais em Eu Quero Investir 24/05/2023
Fonte: Fusões & Aquisições