CEO da agência Alot indica que, em vídeos, é importante observar detalhes técnicos, como piscadas de olho anormais e texturas de pele que parecem artificiais
A tecnologia é responsável por abrir infinitas possibilidades ao mundo – desde avanços surpreendentes até possíveis ameaças. Um desses casos que não são positivos diz respeito ao uso de deepfakes, técnicas em que fraudadores usam a Inteligência Artificial (IA) para transformar informações verdadeiras em falsificações convincentes, manipulando imagens, áudios e vídeos para enganar as pessoas.
Uma recente pesquisa da iProov, líder em fornecimento de soluções de identidade biométrica baseadas em ciência, realizada junto a 500 executivos de diversos setores e países, revelou que 70% dos entrevistados acreditam que os ataques das “fake news” criados utilizando ferramentas de IA generativas terão um alto impacto em suas organizações.
Para Fabiano Cruz, CEO da agência Alot, martech especializada na construção e gestão de marcas com estratégias alinhadas à IA, estar à frente dessas ameaças é fundamental. “Os ataques de deepfake não são apenas uma ameaça distante, eles já estão entre nós, impactando organizações globalmente. Para mitigar esses riscos, é crucial adotar uma combinação de ferramentas tecnológicas e práticas de conscientização”, afirma o especialista.
Para ilustrar um exemplo prático, ele relembra o caso de uma empresa multinacional em Hong Kong que em fevereiro deste ano sofreu com um golpe. “Os criminosos utilizaram inteligência artificial para criar vídeos falsos do diretor financeiro da empresa, ordenando a transferência de US$ 25,6 milhões (o equivalente a R$ 127 milhões) em uma videoconferência. Muito sofisticada a fraude, nos chama atenção essa crescente ameaça no ambiente corporativo”, comenta Fabiano.
Pela necessidade de medidas de segurança mais robustas e conscientização sobre tais tecnologias, o CEO elencou três práticas para identificação das deepfakes. Confira:
1- Inconsistências visuais: Em vídeos, observe piscadas de olhos irregulares ou movimentos labiais que não sincronizam com a fala. “A IA muitas vezes falha em reproduzir detalhes sutis como o movimento natural dos olhos”, diz Fabiano.
2- Textura da pele: Preste atenção em texturas artificiais ou excessivamente suaves, especialmente em áreas de sombra. “Isso pode ser um sinal claro de manipulação digital”, conta ele.
3- Verificação da fonte: Antes de confiar em um vídeo ou áudio, sempre confirme de onde veio. “Utilizar múltiplos sites de notícias para verificar a autenticidade do conteúdo pode evitar que você seja vítima de uma fraude”, recomenda Fabiano.
De acordo com o especialista, diversas empresas estão investindo em tecnologias para se proteger contra as deepfakes. Por exemplo, a Reality Defender desenvolveu uma ferramenta que detecta deepfakes em tempo real durante chamadas de vídeo. Já a Meta introduziu o AudioSeal, que insere marcas d’água inaudíveis em áudios gerados por IA, ajudando a identificar manipulações de forma eficiente.
Além disso, a Intel criou o FakeCatcher, uma ferramenta inovadora que detecta deepfakes analisando mudanças sutis no fluxo sanguíneo facial, uma abordagem que oferece uma camada extra de segurança para garantir a autenticidade de vídeos.
Educação e conscientização
Fabiano destaca que, além de ferramentas tecnológicas, a alfabetização digital é essencial. “Capacitar colaboradores para identificar manipulações e fraudes é uma parte vital da defesa contra deepfakes. Existem programas de educação digital e workshops sobre alfabetização midiática bem interessantes, por exemplo”, afirma.
“Acreditamos que a tecnologia é uma ferramenta poderosa, mas seu uso responsável é fundamental para proteger nossos negócios e a sociedade”, finaliza Fabiano.
SOBRE A ALOT
A Alot, agência martech que constrói marcas, experiências digitais e performance para empresas, sempre ligada às inovações e mudanças da era da IA, surgiu em 2022 como uma spin-off da Deal, consultoria de serviços de tecnologia e parceira estratégica para negócios em diversos estágios de maturidade digital. Com um time com vasta experiência no mercado, formado por designers, profissionais de marketing, mídias e estrategistas de produtos e marcas, a companhia tem como propósito compreender os dados apresentados pelas empresas, gerando escala de negócio e melhorias contínuas. Com mais de 500 clientes atendidos e atenta ao momento de maturidade digital de cada um, a Alot tem em seu portfólio marcas como Getnet Brasil, B3, Authent, Apsen, Tempo, EMS Saúde, 88i, entre outros. Mais informações em https://alot.ag/.