A Câmara Municipal do Rio de Janeiro cassou, nesta quarta-feira (30) à noite, o mandato do vereador Jairinho, que é acusado de ter assassinado o enteado: o menino Henry Borel.
Doutor Jairinho, atualmente sem partido, que estava no quinto mandato, não é mais vereador do Rio. A sessão na Câmara Municipal começou às 16h.
“Eu, como pai de duas filhas, não consigo imaginar a dor da perda de um filho, a morte do pequeno Henry Borel chocou a todos nós”, afirmou o presidente da Câmara, Carlo Caiado.
“É inequívoco que o vereador doutor Jairinho perdeu inteiramente as condições éticas e políticas para integrar esta casa de leis”, declarou o vereador relator Luiz Ramos Filho.
Aos vereadores, o advogado negou as acusações: “Apelo para a consciência de cada um: que não venham punir um colega que conviveu com vocês por 17 anos com base em informações que sequer foram apreciadas pelo Poder Judiciário”, alegou o advogado Berilo Martins da Silva Netto.
A decisão foi unânime. Por 49 votos a zero, o plenário aprovou o relatório do Conselho de Ética. Para os vereadores, Doutor Jairinho quebrou o decoro parlamentar ao torturar e matar o enteado e ao tentar cometer o crime de tráfico de influência.
Doutor Jairinho é acusado da morte do menino Henry Borel, de quatro anos. Ele foi preso no dia 8 de abril, um mês após o crime.
A investigação revelou conversas de WhatsApp entre a mãe do menino, Monique Medeiros, e a babá, que mostraram episódios de violência do ex-vereador contra o enteado.
O Ministério Público denunciou Jairinho e Monique Medeiros, que também está presa, por homicídio triplamente qualificado, tortura, fraude processual e coação. Jairinho também é alvo de inquéritos por agressões a outras duas crianças.
Essa foi a primeira vez que a Câmara Municipal do Rio cassou o mandato de um vereador. Doutor Jairinho fica inelegível por oito anos.
Fonte: G1