O cobselho de administração da operadora de shoppings BRMalls rejeitou por unanimidade a segunda oferta de fusão feita pela concorrente Aliansce Sonae. Em fato relevante divulgado ao mercado na noite desta quinta-feira, 17, a companhia informou que a proposta “não solicitada” continua “subavaliando, consideravelmente, o valor econômico justo da companhia e do seu portfólio de ativos”.
Pela oferta, a Aliansce concordava em elevar o pagamento em dinheiro aos acionistas da BRMalls em R$ 500 milhões, chegando a um valor de R$ 1,85 bilhão. A nota divulgada na quinta-feira pela BRMalls informou que os valores ainda não atendem aos melhores interesses de seus acionistas. O conselho destacou que avaliará uma nova proposta que seja enviada.
‘Aquisição hostil’
Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o presidente executivo da BRMalls, Ruy Kameyama, disse não ser contrário a uma união dos negócios, mas que discorda da proposta. “Não somos contra o conceito de combinação entre empresas, mas somos fortemente contra os termos que a Aliansce propôs”, disse o presidente executivo da BRMalls.
Em janeiro, a Aliansce propôs uma fusão em que cada parte teria 50% de participação no novo grupo combinado. Os acionistas da BRMalls também receberiam R$ 1,35 bilhão em dinheiro. Na nova oferta, além do desembolso maior, a fatia no negócio combinado seria de 48,92% para Aliansce e de 51,08% para a BRMalls.
A nova oferta vazou para a imprensa no domingo e só foi detalhada para a BRMalls na noite de quarta-feira, praticamente três dias depois. “Mandaram a proposta por e-mail. Não foi uma proposta conjunta. Essa é uma tentativa de aquisição hostil”, criticou Kameyama.
A fusão das companhias daria origem ao maior conglomerado de shopping centers do País, com 69 unidades e um valor de mercado estimado em mais de R$ 13 bilhões.
Por Circe Bonatelli com colaboração de Elisa Calmon para Estadão