De acordo com a agência Bloomberg, o consumo global de hidrogênio precisa mais do que quintuplicar e chegar a 500 milhões de toneladas. A demanda por hidrogênio verde estimulará o crescimento dessa indústria no Brasil, já que a produção utiliza energia de fontes renováveis, abundantes no país.
A energia renovável é um dos negócios que mais cresce em território nacional. Só para se ter uma ideia, a capacidade eólica e solar cresceu 260% de 2017 a 2022 e continua aumentando graças aos projetos de implementação que se expandem no país.
A evolução vem da água
Uma das formas de obtenção do hidrogênio verde é por meio da eletrólise da água, utilizando preferencialmente eletricidade proveniente da energia solar, eólica ou hidrelétrica. Esse tipo de hidrogênio não emite gases de efeito estufa durante a produção ou utilização, uma diferença fundamental sobre o hidrogênio convencional, que é obtido a partir de combustíveis fósseis, como o petróleo, por exemplo.
“Esse elemento incolor e inodoro que existe na terra desde o seu princípio, e que hoje pode ser classificado através de diferentes cores no mercado: cinza, azul, vermelho, turquesa, verde. O que diferencia as cores é o processo de produção. O hidrogênio verde é assim chamado justamente por ter um processo de produção sustentável, que utiliza energia renovável”, conta Jinesh Dedhiya, gerente de mercado do grupo GEMÜ, multinacional alemã, uma das líderes mundiais na fabricação de válvulas e sistemas de medição e controle para esse setor, com fábrica no Brasil em São José dos Pinhais (PR).
Essa produção se dá por meio da quebra de moléculas da água. A energia “verde” é aplicada no eletrolisador e, da divisão das moléculas, se obtém hidrogênio e oxigênio. “Esse é um processo sustentável já que, além de utilizar energia limpa, não gera resíduos tóxicos. O hidrogênio verde é então fornecido para indústrias nos mais diversos segmentos, como as químicas, siderúrgicas e de produção de combustível, por exemplo, e sua utilização evita os gases do efeito estufa, contribuindo para a redução do aquecimento global. Essa é uma das formas mais eficazes de descarbonização da indústria“, completa.
Tecnologia e inovação em 3D
Uma das principais vantagens do hidrogênio verde é sua versatilidade como fonte de energia. Mas sua produção necessita de água tratada, livre de impurezas. “As indústrias que se dedicarem a essa produção precisam de equipamentos especializados com tecnologia de ponta para o tratamento da água”, conta Jineshi.
Além da atuação nos projetos de tratamento da água, a fabricante de válvulas customiza soluções em materiais como metal e plástico voltados as etapas de secagem e refinamento e para o sistema PSA – Sistema de Absorção por Pressão. “Acabamos de desenvolver um produto especial para um sistema PSA que é impresso em 3D, o que pode contribuir para a economia de espaço em uma planta industrial, já que as dimensões do equipamento são reduzidas”, comenta Mateus Souza, gerente geral da divisão industrial da GEMÜ do Brasil.
O executivo enxerga no mercado de hidrogênio verde uma oportunidade para empresas e sociedade. “É um avanço em direção ao futuro mais sustentável e livre de emissões de carbono. Países ao redor do mundo estão investindo em projetos e pesquisas relacionados ao hidrogênio verde, visando sua implantação em larga escala e nosso objetivo é sermos um parceiro de negócios inovador que auxilie nessa transição energética”, finaliza.
Sobre a GEMÜ do Brasil – Com fábrica em São José dos Pinhais (PR) desde 1981, a GEMÜ do Brasil produz válvulas e outros equipamentos de alta tecnologia para diversos setores. Na divisão Industrial, fornece produtos para os setores de siderurgia, mineração, fertilizantes, bem como para integrar sistemas de geração de energia, entre outros. Na divisão PFB (Farmacêutica, Alimentícia e de Biotecnologia), é líder mundial em soluções para sistemas estéreis, que incluem a fabricação de vacinas, remédios e novas aplicações de envase de alimentos e bebidas.
Fonte: Inteligência e Inovação