Segundo clube, gramado botafoguense é primeiro do Brasil a empregar equipamento com essa finalidade
O Botafogo-SP tem utilizado um drone gigante para ajudar na manutenção do gramado do estádio Santa Cruz/Arena Nicnet Eurobike. A tecnologia começou a ser empregada na terça-feira da semana passada, e segundo o clube, o campo em Ribeirão Preto (SP) se tornou o primeiro no país a utilizar o equipamento com essa finalidad
O drone, chamado de T40, tem 1,80m de diâmetro e é bem maior que os drones convencionais, que também fazem parte do trabalho, mas para mapear o gramado.
– Esse drone (T40) suporta levar 90 kg. (…) O drone menor, nós não fazemos pulverizações. Ele serve apenas para mapear a área porque é um drone menor e mais ligeiro, então ele consegue acelerar bastante essa questão do mapeamento – explicou Vinicius Barizza, biotecnólogo industrial e um dos responsáveis pelo tratamento.
De forma automática, o drone faz toda a pulverização com um produto que contém 12 nutrientes chamado comozóbio. Ele é diluído em água para ser aplicado na grama, o que acontece de uma a duas vezes por semana e varia de acordo com a quantidade de partidas realizadas no campo.
– Após o mapeamento [com o drone menor], nós passamos para o computador, que estabelece o ponto e as linhas onde o drone T40 deve passar, que é o drone de pulverização, passamos para a inteligência dele, nisso é pego um suporte para fazermos a dosagem do produto, que é o fertilizante comozóbio. Nós fazemos a dosagem dele no balde diluindo com água e nisso nós colocamos dentro do drone. Nós o habilitamos e ele sai para voo, no caso, ele vai passar por todos os pontos do gramado, sem deixar nenhum centímetro sem o produto e faz a pulverização de forma automática, não tem piloto. E assim que acaba a pulverização, ele volta sozinho para o ponto de onde saiu – detalhou Barizza.
Vantagens da tecnologia
Segundo Vinicius Barizza, a pulverização feita em drone tem como benefícios principais a rapidez de seu processo e a cobertura de 100% das folhas do gramado, sem deixar nenhuma para trás.
– Em relação ao trator, é que com o drone nós conseguimos calibrar ele para escolher o tamanho da gota e o peso dessa gota, então nós conseguimos pulverizar tudo isso. Às vezes você vai pulverizar com o trator e quando você faz a passada dele são gotas um pouco mais grossas e elas não chegam a pegar em todas as folhas do gramado. Já com o drone, nós conseguimos diminuir o tamanho da gota e aumentar a quantidade de vasão que ele vai passar por metro. Então essa gota fica extremamente pequena para que quando ele faz a pulverização, atinja todas as folhas do gramado. Além de que, com o trator, a pulverização leva de 40 a 50 minutos, com o drone, leva cerca de quatro minutos – disse o parceiro do Botafogo na manutenção do gramado.
Outro fator citado tem relação com as altas temperaturas da cidade paulista, que sempre dificultaram o cuidado com o gramado do estádio botafoguense.
– Sabemos do clima de Ribeirão Preto e manter este campo sempre nutrido e em perfeito estado para os jogos não é um trabalho fácil. Fazemos esse trabalho juntamente com a equipe de campo do Botafogo para deixarmos o gramado sempre apto para os jogos. No último jogo, já percebemos um gramado mais uniforme e com um verde intenso – concluiu Barizza.
* Sob supervisão de João Fagiolo
Fonte: G1