quinta-feira,19 setembro, 2024

BNDES e BID anunciam R$ 4,5 bilhões em crédito para micro, pequenas e médias empresas e pequenos empreendedores na Amazônia

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e outros 17 bancos de desenvolvimento dos países da Bacia Amazônica lançaram nesta segunda (07), em Belém, a Coalizão Verde, uma aliança internacional voltada para a promoção do desenvolvimento sustentável na região.

Durante o evento, foi anunciada ainda o Programa de Acesso ao Crédito para Micro, Pequenas e Médias Empresas e Pequenos Empreendedores (Pró-Amazônia), que vai destinar US$ 900 milhões, ou cerca de R$ 4,5 bilhões, para microempreendedores individuais (MEIs) e pequenas e médias empresas da Amazônia. “Hoje nós estamos entregando R$ 4,5 bilhões, e pode ter certeza de que isso é só o começo dessa parceria. Essa iniciativa, seguramente, vai ajudar a fomentar a economia local e, inclusive, aqui no caso do Pará e de Belém, na preparação da COP”, afirmou o presidente do BNDES Aloizio Mercadante.

O programa precisa agora ser aprovado pela Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex), órgão do Ministério do Planejamento e Orçamento que examina e autoriza a preparação de projetos ou de programas do setor público com apoio de natureza financeira de fontes externas, e também pelo Senado Federal.

No entanto, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse durante a cerimônia que espera que esta aprovação seja feita rapidamente e que o programa pode ajudar a acabar com a polarização entre meio ambiente e desenvolvimento. “Não há forma de proteger a Amazônia sem desenvolver a região, oferecendo alternativas econômicas para a população. E crescimento econômico muitas vezes é sinônimo de avanço de pequenas e médias empresas. De fato, grande parte do crescimento dessa região é impulsionado por pequenas e médias empresas, as vezes é um empreendedor individual, uma pessoa”, afirmou durante o lançamento o presidente do BID, Ilan Goldfajn.

Presidentes do BNDES e do BID ao lado de autoridades do Executivo e da ministra de Meio Ambiente da Colômbia durante anúncio — Foto: Marcio Nagano

Presidentes do BNDES e do BID ao lado de autoridades do Executivo e da ministra de Meio Ambiente da Colômbia durante anúncio — Foto: Marcio Nagano

Os empréstimos individuais concedidos pelo programa devem cumprir com as políticas de salvaguardas ambientais e sociais do BID e do BNDES. Por meio do Pró-Amazônia, empresas e pequenos empreendedores de múltiplos setores poderão ser beneficiados com financiamento para modernização, expansão, aquisição de bens e equipamentos e inovação.

Nesta segunda, durante o lançamento da Coalização Verde, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, chamou a atenção para o fato de que para combater o desmatamento não bastam apenas ações de comando e controle, como operações policiais e multas, mas também é preciso implementar ações de desenvolvimento sustentável para fortalecer alternativas para a região. “A Amazônia tem lugar para todas as atividades. Tem lugar para o agronegócio de base sustentável, tem lugar para o turismo, tem lugar para o extrativismo, tem lugar para os povos indígenas, tem lugar para bioeconomia”, afirmou Marina. Ao final do encontro, foi assinado pelos 18 instituições financeiras nacionais e internacionais que integram a nova coalizão um termo de cooperação intitulado Declaração da Coalizão Verde.

A partir da assinatura, os bancos signatários da Coalizão se comprometem a trabalhar de forma coordenada e complementar para financiar projetos públicos e privados que permitam fomentar alternativas econômicas sustentáveis, inclusivas e positivas para o clima; projetar soluções financeiras inovadoras, combinando recursos públicos e privados para mitigar riscos; e impulsionar a cooperação técnica para gerar um pipeline robusto de projetos e consolidar um novo modelo de desenvolvimento sustentável para a região amazônica.

Belém do Pará recebe nesta terça (08) e quarta (09), a Cúpula da Amazônia, que vai reunir líderes dos 8 países da região pan-amazônica para debater temas de interesse comum na região e formular um documento que deve ser levado para a COP28, a próxima conferência do clima da ONU, que acontece em novembro nos Emirados Árabes Unidos. O evento, assim como os Diálogos Amazônicos, que reuniram diversas entidades da sociedade civil no final de semana, está sendo visto como um preparativo para a COP30, que será realizada na capital do Pará em 2025.

Fonte: Um só planeta

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