De acordo com estudo realizado em agosto pelo Instituo Ipsos com cerca de mil brasileiros, 71% dos entrevistados disseram que pretendem fazer compras na Black Friday, que este ano acontece no dia 25 de novembro.
Segundo a pesquisa, cada consumidor pretende comprar, em média, produtos de cinco categorias. Em cenário de boas perspectivas para a data, o empreendedor que investir em análise de dados e usabilidade do seu e-commerce têm mais chances de impulsionar as vendas e aumentar o faturamento na Black Friday 2022.
JB Queiroz Filho, CEO da JBQ.Global, avalia que muitas empresas grandes, que dispõem de recursos financeiros para a captura e análise de dados, ainda “patinam e desconfiam do digital”, mesmo depois da pandemia e com a crescente digitalização.
Segundo ele, isso mostra que nem sempre a falta de acesso ou a precariedade das condições do mercado são os únicos impeditivos para que os processos sejam realizados com mais simplicidade.
“Observo o varejo dando sinais dos privilégios da fidelização e convencendo o consumidor que ele é exclusivo. Mas será que todos os lojistas estão preparados para fazer Black Friday com todos esses desafios?”, questiona o executivo.
Uma das estratégias vistas por ele é a antecipação, que pode encaixar melhor com a capacidade do lojista sem extrapolar suas condições de venda e entrega.
Por fim, ele dá duas dicas para os que ainda não conseguiram encontrar um norte: “buscar caminhos que possam garantir a sustentabilidade do negócio e qualidade do produto, ou seja, garantir o básico antes de se arriscar no metaverso”.
Neste sentido, diante de várias ofertas, o consumidor compra na loja que melhor atende seus interesses e que oferece uma experiência de consumo mais agradável.
“Para fidelizar o cliente e aumentar o número de conversões, é necessário investir em user experience (UX)”, explica Carla Bueno, UX Lead na JBQ.Global.
De acordo com a profissional, a partir de análises profundas, customização e boas práticas de UX, o usuário tem mais chance de escolher navegar pela loja virtual ao invés de migrar para a de um concorrente.
“Investir em usabilidade e recursos de design é uma prática essencial para atrair usuários e convertê-los em clientes. No competitivo mercado do comércio eletrônico, o cliente deve facilmente se situar no seu site para encontrar, com praticidade e rapidez, a solução para seus problemas”, ressalta.
Dicas de usabilidade para reter o usuário aumentar o faturamento do e-commerce:
1. Navegação intuitiva
O novo consumidor busca praticidade e rapidez no momento de realizar uma compra. Por isso, a interface da loja deve ser intuitiva, fluida, rápida e transparente para que o usuário consiga identificar os elementos, como busca, termos de política, menu, contato, entre outros.
O e-commerce deve ter um design “limpo”, sem excesso de informações e elementos, a fim de guiar o usuário na jornada de compra de forma eficaz. Uma funcionalidade indispensável é destacar o local do campo de busca, para facilitar o trabalho do usuário em procurar o que deseja.
Atualmente, há diversos estilos e variantes para esse recurso, cada um conversando melhor com determinado perfil de consumidor.
2. Velocidade de carregamento
A velocidade de carregamento das páginas de um e-commerce influencia o comportamento das pessoas. Segundo o Google, usuários tendem a sair de um site que demora mais do que três segundos para carregar.
Com a grande quantidade de lojas virtuais disponíveis na internet e a facilidade em acessá-las de qualquer dispositivo e lugar, os usuários podem migrar rapidamente para outro site caso a performance do e-commerce não esteja satisfatória.
Para evitar isso, não adicione imagens pesadas demais, muitos recursos em uma única página (especialmente a página inicial) e verifique os tipos de conexão que o usuário costuma utilizar.
3. Páginas adaptáveis
Os avanços tecnológicos possibilitaram que o consumidor tenha agilidade no momento de fazer uma compra. Atualmente, uma pessoa pode comprar on-line por meio de um computador, tablet ou celular, a qualquer momento e em qualquer lugar.
Portanto, um e-commerce deve ser responsivo para assegurar uma boa experiência em todos os dispositivos. Desse modo, a interface precisa ser construída pensando em se adaptar às diversas resoluções, mantendo as informações essenciais para o usuário.
4. Checkout simples
O momento de finalizar uma compra é o processo mais crítico da área de vendas, em que menor descuido é o principal responsável por desistências nessa etapa. Isso porque, muitos e-commerces oferecem um checkout burocrático e com instruções pouco claras.
Para impedir que isso aconteça com seu negócio, solicite apenas as informações essenciais para concretizar a compra e dívida o processo de finalização em poucas etapas. Assim, a empresa aumenta a taxa de conversão e evita cancelados pós-compras.
5. Texto objetivo
O texto é um elemento fundamental para executar as dicas mencionadas anteriormente. A parte escrita, além dos recursos visuais e imagéticos, vai direcionar o usuário durante a navegação e situá-lo no site.
Por isso, é necessário ter um texto objetivo e claro, a fim de facilitar a busca do consumidor e conduzi-lo na jornada de compra. A escrita é ainda mais importante no checkout, já que as informações e comandos não podem gerar dúvidas no cliente.
6. Comportamento do cliente
Públicos diferentes possuem necessidades, personalidades e, principalmente, interesses diferentes. Com isso, o layout do site, os elementos e os recursos disponíveis para navegação precisam ser desenvolvidos de acordo com o perfil de cliente do e-commerce. Isso contribui para a personalização da experiência do consumidor.
O tipo de cliente pode ser compreendido por meio de pesquisas de usuário (que geram insights sobre o comportamento humano), da definição de persona e da análise dos atuais clientes que o e-commerce atende. A partir das informações e dados, as equipes de UX & UI vão desenvolver o site voltado para esse público, com foco em aumentar a taxa de conversão.
7. Planejamento a longo prazo
Por último, planejar a experiência do site é uma prática essencial para reduzir custos e aumentar a eficiência do e-commerce. Esse planejamento é realizado antes do lançamento de um site ou de uma nova página, como páginas de cadastro ou de um novo produto disponível na loja.
Com um plano estruturado e alinhado ao perfil de cliente, a empresa reduz custos com mudanças na usabilidade — que poderiam ser exigidas por falta de planejamento — enquanto a loja virtual está operando. Além disso, o planejamento prévio evita gastos desnecessários durante a etapa de produção.
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Por: Mercado e Consumo