A baixa produtividade e a informalidade estão entre os principais desafios do varejo brasileiro, concluíram executivos no debate final do 10º Fórum do Varejo e Marketing, realizado neste fim de semana no Guarujá, litoral de São Paulo. Neste ano, o tema central do evento foi “O consumo e o varejo impactados pela transformação digital transversal”. A Mercado&Consumo foi mídia partner do fórum.
O evento foi promovido pelo Lide – Grupo de Líderes Empresariais e contou com curadoria de Marcos Gouvêa de Souza, fundador e diretor-geral da Gouvêa Ecosystem, publisher da Mercado&Consumo e presidente do Lide Comércio; e Marcos Quintela, CEO e sócio da VMLY&R Group no Brasil e presidente do Lide Comunicação.
O CEO da varejista Telhanorte-Tumelero, Juliano Ohta; o CEO do Grupo Boticário, Fernando Modé; e o vice-presidente de Relações Institucionais, Sustentabilidade e Comunicação do Grupo Carrefour, Stéphane Engelhard, participaram do debate final “E agora, Brasil? ”
Ohta destacou o desafio da baixa produtividade do varejo. “A educação é a porta de entrada para a produtividade. Como queremos que pessoas tenham seu primeiro emprego no varejo e trabalhem bem, se as pessoas não sabem fazer conta de matemática?”, questionou.
Para ele, se existisse uma “bala de prata” para atacar o varejo, seria investir no ensino profissionalizante. “No Brasil, de 10% a 11% dos estudantes do ensino médio estão no ensino profissionalizante. Nos países da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico ou Económico], esse índice é de 48%”, exemplificou.
Modé, do Boticário, também lamentou a forma como os recursos são investidos na educação no Brasil. “Dois terços da verba da educação vão para processos, e não para alunos”, pontuou.
A informalidade foi apontada pelos empresários como outro problema grande e particularmente difícil de ser enfrentando pelo varejo neste momento em que gigantes do e-commerce comercializam produtos de sellers do mundo todo. Para Ohta, tanto os sellers quanto as próprias plataformas precisam ser taxadas.
“Existem questões de curto prazo, mas também estruturais, que precisam ser combatidas. Quando se fala nos produtos que vêm da China, existem preocupações como: como eles são feitos e que aditivos têm? Essas são questões de curto prazo que têm de ser resolvidas”, citou Engelhard, do Carrefour. Para o longo prazo, ele citou a necessidade de reformas, como a administrativa.
Ao fim, os executivos foram unânimes em afirmar: o varejo precisa ser protagonista na busca por soluções para os problemas econômicos, em especial neste ano eleitoral de 2022.
Imagem: Aiana Freitas
Fonte: Mercado e Consumo