terça-feira,26 novembro, 2024

Avanço de regulamentação cria oportunidades para fintechs, destaca estudo da PwC em parceria com ABFintech

Que o Pix é um sucesso entre usuários, não há discussão. O número de chaves Pix já é o dobro da população e mais de 14 bilhões de transações foram feitas. Agora, as empresas ainda veem oportunidades para diversificar sua oferta de produtos e serviços e atrair clientes. Essa é uma das conclusões do levantamento Fintech Deep Dive 2022, conduzido pela PwC Brasil em parceria com a Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs).

Segundo o estudo, que foi compartilhado de forma antecipada com a reportagem de Do Zero ao Topo, o open banking ainda não mostrou totalmente seu potencial de transformação porque ainda depende do desenvolvimento de uma infraestrutura e da integração do Open Finance.

De acordo com a pesquisa, 72% das fintechs estão desenvolvendo soluções alinhadas para open banking e Pix e 79% já colhem benefícios dessas iniciativas ou acreditam que chegarão lá em um ano. “Os ajustes regulatórios e medidas legislativas estão diretamente ligados a esses números”, diz Diego Perez, presidente da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintech), em entrevista a Do Zero ao Topo.

Isso explicaria, segundo Perez, os principais segmentos de atuação das fintechs: crédito (36%) e meios de pagamento (31%). “Até poucos anos atrás, havia apenas duas empresas operando pagamentos eletrônicos. Com a criação do sistema de pagamentos, centenas de fintechs surgiram”, diz.

Em 2018, a norma que dispõe sobre Sociedade de Crédito Direto (SCD) e Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP) foi criada uma base regulatória para novos setores de atuação de fintechs. “Da criação das normas até o pedido de operação sair, leva-se um tempo. Então, agora, começamos a ver um crescimento de fintechs de crédito, que deve aumentar nos próximos anos”, afirma Perez.

Apesar do ‘empurrãozinho’ da regulação, a participação de fintechs em ambientes livres dela – os sandbox regulatórios – caiu muito nos últimos anos. Mais da metade das fintechs não pretende participar ou não tem conhecimento sobre o assunto. Em 2020, esse percentual era de 38%.

O número de startups que pretende participar do sandbox do BC caiu de 53% para 35% em dois anos.

Este, contudo, não parece ser um mau sinal na avaliação de Perez. “Nos últimos anos, houve um excesso de cadastro de intenções, mas a maioria dos projetos foi rejeitada por não alcançar requisitos mínimos”, explica.

Para ele, os empreendedores não estão familiarizados ou capacitados para participar. ”Estes projetos são abertos para qualquer empresa, então é natural que startups concentrem seus esforços no produto atual em vez de buscar desenvolver outros projetos”, afirma.

Consolidação

Para Luís Ruivo, sócio da PwC Brasil, o estudo mostra a consolidação do segmento, longe do boom de cinco anos atrás. “As fintechs que conseguiram andar sozinhas, competir de igual para igual com os incumbentes, muitas vezes o fizeram apoiadas apenas em uma base de clientes grande, mas ainda sem registrar lucro. Todas têm em comum o pioneirismo de entrar em um mercado subatendido usando a receita certa. Hoje, no entanto, os espaços estão ocupados, até mesmo pelas fintechs, e o desafio é crescer e gerar rentabilidade em um cenário de escassez de capital para investimentos”, afirma.

Ruivo aponta ainda que a pandemia foi abrasiva para a economia nacional como um todo, mas foi possível encontrar resiliência na forma de atuar das fintechs. “Os novos investimentos que estes negócios receberam contribuem com esta análise. Em 2019, 36% das nossas entrevistadas alegaram ter recebido algum aporte, índice que cai para 26% em 2020 e chega a 41% no ano passado”, aponta o sócio da PwC Brasil.

Redação
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