Para agravar o quadro, ele tinha testado positivo para Covid-19, em julho do ano passado, o que atrasou seu tratamento. Agora, ele segue no Hospital Itaci, onde participou do projeto cultural.

Diagnosticado com um câncer raro, o ator mirim cuiabano Walmir Neto, 14 anos, encontrou na arte uma forma de aliviar a dor e aquecer a esperança durante a exposição cultural com oficinas de fotografia e arte no Hospital Instituto de Tratamento do Câncer Infantil (Itaci), em São Paulo.

Ele já passou por 79 sessões de quimioterapia, com graves efeitos colaterais, segundo descrição da vaquinha que foi criada para cobrir os gastos com o tratamento.

Em maio do ano passado, Neto foi diagnosticado com um câncer raro chamado neuroblastoma, de origem no sistema nervoso. Desde então seu tumor já está com 18 cm, localizado acima do seu rim esquerdo.

Mas Neto não se deixa abalar. “A parada não é quantas vezes te derrubam e sim quantas vezes você se levanta”, afirma ele na legenda da sua foto na exposição cultural do hospital chamada “Tudo Vai Ficar Bem”.

Ele precisou ir para São Paulo para ter acompanhamento de um profissional especializado em neuroblastoma para alguém da idade dele.

Para agravar o quadro, ele tinha testado positivo para Covid-19, em julho do ano passado, o que atrasou seu tratamento. Agora, ele segue no Hospital Itaci, onde participou do projeto cultural Fotografia, Arte e Cultura.

Para a mãe de Neto, professora e atriz, Ariana Carla, 36 anos, essa luta pela cura não tem sido fácil, mas o filho tem se soltado e mostrado personalidade forte. “Neto participa de tudo. Ele ficou muito feliz quando foi convidado a participar da exposição ‘Tudo Vai Ficar Bem’. Foi divertido, ele teve seu momento de modelo, meio tímido, mas logo se soltou e depois foi fotógrafo”, diz.

Ela conta que ver o filho solto nas atividades culturais irá mostrar às demais crianças em situações semelhantes a se encorajarem. “Mas o legal disso tudo é que você pode mandar uma mensagem pra quem está vendo a exposição e até mesmo encorajar pessoas. Realmente não é fácil, mas tudo é possível. É preciso ter força, ter foco, determinação, não desanimar e nem mesmo se entregar. É preciso ter sede de viver, querer estar aqui”, afirma.

Para encarar tantas intercorrências e fases difíceis do tratamento de câncer, Ariana diz que se agarra na esperança de que a cura está próxima. “São situações que você não imagina passar, mas seguimos aqui, levantando, avançando, e a cada dia abrimos os olhos e dizemos é menos um dia de sofrimento e mais um dia de esperança. A cura está próxima”.

Ariana ainda conta que o filho tem radiografia e seis meses de medicação com acompanhamento. Mas expressa otimismo com o desenvolvimento de uma vacina que possa trazer bons resultados e com potencial de diminuir a possibilidade de retorno do tumor. “Essa é a nossa história de um ano e sete meses de busca pela cura”, finaliza.

Projeto cultural no hospital

O projeto levou as crianças e adolescentes a viverem um dia de fotógrafos e modelos. A exposição será aberta ao público em dezembro, ainda sem data agendada.https://101e01c7dae40de68ed9e649329a44bc.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Eles foram divididos em até oito duplas e cada um tinha que registrar o amigo. Além da foto, eles também tinham que escrever uma legenda. As fotos serão expostas no metrô de São Paulo, no Shopping Center Norte e entre outros pontos da cidade.

Para orientar os jovens, o fotógrafo José Maria Morgade criou um estúdio dentro do hospital, com todos os equipamentos necessários para que os 16 pacientes inscritos no projeto pudessem imergir nesse universo da fotografia.

“Esse projeto me tocou muito por vir de encontro a tudo aquilo que eu acredito na fotografia, justamente por ser um registro desse momento em que várias crianças estão passando por uma fase de saúde delicada e ainda assim continuam sorrindo e transmitindo alegria”, comenta ele.

Para o diretor clínido do Itaci, Dr. Vicente Odone Filho, estimular iniciativas como essa ajudam as crianças a sair da rotina do hospital. “Toda iniciativa que coloca as crianças dentro de uma rotina de vida da qual elas nunca deveriam ter saído, é muito importante. Tão importante quanto qualquer remédio ou cuidados terapêuticos”, diz.

As principais atividades do projeto Fotografia, Arte e Cultura são o concurso de fotografia e exposição das fotos no Metrô de São Paulo, oficinas de arte e de leitura, ampliação da biblioteca, com encontros de leituras semanais, e, como contrapartida social, o hospital se propõe a fazer oficinas de arte e de leitura em escolas públicas.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Essa ação cultural e de incentivo aos pacientes infantis é promovida pelo Ministério do Turismo, pela Secretaria Especial da Cultura e pela Fundação Criança, com patrocínio da Elgin, Grupo Maroni e Raça Transportes, apoio institucional do Governo do Estado de São Paulo e do Metrô de São Paulo e também por meio da Lei Rouanet.

fonte: G1

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