sábado,23 novembro, 2024

As cidades mais inteligentes do Brasil

Curitiba é a cidade mais inteligente do Brasil, de acordo com o Ranking Connected Smart Cities 2022 – mapeamento que analisa dados de todos os municípios brasileiros com mais de 50 mil habitantes para apontar os mais desenvolvidos e conectados do País. De 2021 para 2022, a capital do Paraná subiu da terceira para a primeira posição. 

Publicado anualmente, o ranking é realizado a partir de 75 indicadores divididos em 11 eixos temáticos: mobilidade, meio ambiente, empreendedorismo, educação, energia, governança, urbanismo, tecnologia e inovação, saúde, segurança e economia. Em mobilidade, por exemplo, analisa-se a proporção de automóveis por habitantes, a idade média da frota de veículos, a quantidade de ciclovias e assim por diante. 

“Acreditamos que uma cidade inteligente é aquela que provê uma boa qualidade de vida para seus habitantes, utilizando ou não tecnologia no processo”, afirma Willian Rigon, diretor comercial e de marketing na Urban Systems, empresa, que, em parceria com a Necta, está à frente do mapeamento. “Um problema de tráfego pode ser resolvido pela adoção de semáforos urbanos ou repensando o planejamento urbano”, exemplifica.

Para ele, nenhuma cidade no mundo pode ser considerada, de fato, inteligente, ainda que algumas se destaquem em diversos fatores. Apesar disso, considera que a evolução de Curitiba é notável, principalmente em aspectos como empreendedorismo, tecnologia e inovação. “É um trabalho conjunto em que empresas, startups e cidadão estão conectados para criar uma cidade melhor”, defende. 

Ranking Connected Smart Cities 2022

  1. Curitiba (PR)
  2. Florianópolis (SC)
  3. São Paulo (SP)
  4. São Caetano do Sul (SP)
  5. Campinas (SP)
  6. Brasília (DF)
  7. Vitória (ES)
  8. Niterói (RJ)
  9. Salvador (BS)
  10. Rio de Janeiro (RJ)

Lições de Curitiba para o Brasil

A boa posição de Curitiba no ranking não foi uma surpresa para os gestores da cidade. O município é pioneiro na adoção e desenvolvimento de projetos voltados à sustentabilidade, tecnologia e empreendedorismo. Destaca-se, por exemplo, que a cidade foi a primeira do mundo a testar uma luminária inteligente com antenas 5G integrada e as iniciativas para disseminação de energias renováveis. 

No entanto, o maior símbolo de desenvolvimento é o Vale do Pinhão, um programa criado pela prefeitura de Curitiba, por meio da Agência Curitiba de Desenvolvimento S/A, que visa fortalecer o ambiente de inovação, empreendedorismo, economia criativa e tecnologia da cidade. Trata-se de um projeto voltado para universidades, centros de pesquisa, startups e outros atores sociais. 

“Entendemos que ter um espaço físico, com hubs de inovação e conexão entre as instituições e cidadãos que participam da construção da cidade é importante”, afirma Cris Alessi, Presidente da Agência Curitiba. “No entanto, acreditamos que é necessário fazer mais do que isso. Foi de onde veio a ideia de criar estímulos para tornar o ecossistema mais frutífero”, acrescenta.

Atualmente, o programa Vale do Pinhão se divide em cinco pilares: urbanização e desenvolvimento, educação e empreendedorismo, integração e articulação, fomento fiscal e, por fim, tecnologia. “Dessa conjuntura surgiram iniciativas como a lei de inovação, a lei das antenas, a lei de liberdade econômica, o projeto faróis do saber e o conselho municipal de tecnologia e inovação”, enumera Alessi.

Em sua perspectiva, porém, a maior lição de Curitiba é a união do setor público, universidades e governança para tomar as decisões que afetam a vida da população. “Desta forma, criamos arcabouços para que a cidade seja mais aberta e um setor de negócios mais potente.” Willian corrobora: “a visão de cidade inteligente precisa ser sistêmica e integrada, pois assim se torna mais sustentável e efetiva”.

Por: Breno Damascena 

Redação
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