terça-feira,03 dezembro, 2024

As cidades inteligentes além da tecnologia

O imaginário de muitos de nós ainda vislumbra cidades com carros voadores, robôs, trabalho automatizado e diversas outras tecnologias facilitadoras do cotidiano. Talvez essa imaginação seja resultado de filmes e animações que nos fazem crer que o futuro das cidades é a tecnologia.

Os Jetsons, série animada de televisão exibida no Brasil pela TV Excelsior e SBT nos anos 60 e 80, narrava a história de uma família que convivia com um grande avanço tecnológico no ano de 2062. A cidade onde viviam, Orbit City, contava com arquitetura estilo Googie, ou seja, as casas e empresas suspensas sobre o chão e com colunas ajustáveis possuíam tetos elevados e curvilíneos, figuras geométricas e o uso arrojado de vidro, aço e néon.

Apesar de toda a tecnologia que faz parte da vida da família, sempre existe um desafio a ser superado, as inovações falhavam, o trabalho era estressante e as relações eram conturbadas. O que nos leva ao outro lado dessa conversa; criar tecnologias por criar não facilita as nossas vidas, mas criar tecnologias inteligentes, isso sim é o futuro das cidades.

Se analisarmos isoladamente o setor da construção civil podemos perceber como a tecnologia tem sido uma ferramenta essencial para promover sustentabilidade. Esse é um dos setores que mais agridem o meio ambiente, sendo responsável pelo consumo de 75% de todos os recursos naturais do planeta. Com o objetivo de minimizar o alto impacto negativo das construções no meio ambiente, a arquitetura sustentável faz o uso de materiais e práticas alternativas.

Essas habitações inteligentes são capazes de poupar recursos, reaproveitar materiais e ser autossuficientes, especialmente quando o assunto é energia, pois esse é um dos maiores responsáveis pela degradação ambiental. Nesse ponto a arquitetura se assemelha à tríade fundamental das cidades inteligentes; desenvolvimento econômico, qualidade de vida e sustentabilidade.
As cidades inteligentes, ou cidades do futuro, diferente do que narra Os Jetsons, são aquelas sustentáveis, eficientes, seguras e que proporcionam mais qualidade de vida para os seus habitantes. Certamente a tecnologia é uma aliada indispensável, mas ela por si só não pode fazer desse conceito uma realidade possível.

Assim como o conceito se baseia em uma tríade, a governança de cidades inteligentes também segue por esse caminho; é preciso criar uma entidade gestora, políticas de qualidade e colaboração público-privada. A tecnologia, como já percebemos até aqui, não é a única questão, mas é uma aliada essencial.

View of New York City Manhattan midtown at dusk with skyscrapers illuminated over east river

Levando em conta todas as questões já citadas e voltando ao ponto inicial dessa conversa, Os Jetsons nos ensinaram, há décadas, que a tecnologia precisa estar a serviço das pessoas, dos consumidores e da cidadania como uma forma de otimizar recursos, promover sustentabilidade e preservar o meio ambiente de forma inteligente.

Podemos concluir então que as cidades inteligentes devem colocar a tecnologia para trabalhar a seu favor com o objetivo de entregar melhor qualidade de vida para os cidadãos, serviços de transporte, segurança, saúde, consumo de energia otimizado, proteção contra desastres naturais, lazer e cultura, oportunidades de desenvolvimento econômico, tecnologias limpas, inovação, governança inteligente e muito mais.

Texto: Milena Vilar

Milena Vilar
Milena Vilarhttp://www.360news.com.br
Milena Vilar é jornalista de Inovação no 360 News apaixonada pela escrita criativa. Escreve colunas de opinião sobre Inovação, Cidades Inteligentes, Cultura, Sociedade eMulheres. Produz matérias dos mais diversos temas, promovendo transformação de ideias e informando com seriedade.

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