Uso de algoritmos para recomendar conteúdos sobre o clima aos usuários poderia atrair mais atenção à crise do planeta; veja proposta dos pesquisadores

Neal Mohan, o CEO do YouTube, destacou em sua última carta, a importância da plataforma na eleição presidencial dos EUA em 2024. Os americanos a usaram para consumir conteúdos como a entrevista de Joe Rogan com Donald Trump (foram 55 milhões de visualizações), por exemplo. Por isso, faz sentido que estudiosos acreditem que o YouTube pode ajudar a resolver a crise do clima no mundo.

Algoritmo salva o clima?

Um artigo publicado na Ethics and Information Technology alegou que o uso de algoritmos para recomendar conteúdos sobre o clima aos usuários podem atrair mais atenção ao problema. Isso porque, todos os dias, espectadores assistem a bilhões de conteúdos na rede social. E 70% desses conteúdos são recomendações do YouTube, de acordo com uma pesquisa da Mozilla.

Pensando nisso, os pesquisadores propuseram que 2% das recomendações fossem selecionadas ao conteúdo climático. A pequena mudança poderia representar um benefício significativo a um custo relativamente baixo.

Isso incluiria vídeos educativos sobre mudanças climáticas, bem como conferências de ativistas climáticos e conteúdos que promovam ações como o uso de transporte público, culinária baseada em vegetais e mais. Órgãos como o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) e ONGs poderiam ser alguns dos responsáveis por selecionar esses conteúdos.

O problema do YouTube no combate à crise climática

O artigo também pontua que, “atualmente, o sistema algorítmico do YouTube parece não estar programado para empurrar conteúdo relevante para o clima”, maximizando o engajamento em vez disso. Assim, coloca em risco a viabilidade dos criadores de conteúdo climático.

O problema é que, embora o YouTube alegue não exibir anúncios em “conteúdo que cruze a linha da negação da mudança climática”, um relatório de 2024 do CCDH (Center for Countering Digital Hate) descobriu que a plataforma ganhava milhões de dólares por ano com conteúdo de promoção ao negacionismo climático.

Além disso, pesquisas anteriores também descobriram que o YouTube já contribuiu para espalhar informações falsas sobre a crise climática no passado. Leia mais aqui.

Por Isabela Oliveira