sábado,23 novembro, 2024

Áreas de dados, inteligência artificial e economia verde formarão os profissionais

O avanço da tecnologia e a globalização motivaram o surgimento de novas profissões no mercado de trabalho.

De acordo com estudo feito pelo New Metrics CoLab, divulgado em 2020 pelo Fórum Econômico Mundial, as áreas da saúde, dados,inteligência artificial, engenharia,economia verde, vendas, marketing e desenvolvimento em produtos são as principais tendências no futuro.

O Fórum Econômico Mundial estima ainda que, até 2025, 50% de todos os funcionários precisarão de requalificação, em função do aumento da utilização de tecnologia.

Além disso, apesar da estimativa da substituição de 85 milhões de empregos até 2025, 97 milhões de novos cargos deverão surgir no futuro,adaptados à divisão do trabalho entre humanos, algoritmos e máquinas.

O estudo ainda elencou quais são as possíveis 96 profissões do futuro, dentre as principais áreas listadas ao lado.

Destaques no segmento da Saúde

TÉCNICO DE SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL: Funcionários de suporte na saúde: Assessor de Terapia Física

ECONOMIA VERDE: o segmento de Economia Verde, conforme apontado pelo Fórum Econômico Mundial, deve destacar as profissões:

  • Diretor de Sustentabilidade;
  • Engenheiro Sanitário;
  • Especialista de Fontes Hídricas;
  • Engenheiro de Energia;

DADOS E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: Diretor de Sustentabilidade;Engenheiro Sanitário; Especialista de Fontes Hídricas;Engenheiro de Energia; Cientista de Dados; Analista de Dados; Desenvolvedor de Big Data Especialista em Inteligência Artificial; Desenvolvedor de Business Intelligence.

PESSOAS E CULTURA: Business Partner de RH Especialista em Aquisiçãode Talentos Engenharia e Computação em Nuvem Engenheiro de Plataforma Analista de Tecnologia Consultor de Nuvem

DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS: Líder de Entrega;Gerente de Produto Digital;Analista de Produto;Engenheiro de Qualidade

VENDAS, MARKETING E CONTEÚDO:  Especialista de Consumidor Diretor de Marketing Especialista de Marketing Digital

Além das técnicas, a importância da competência comportamental

A pedagoga do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) em Santa Catarina, Leila di Pietro, reforça que além das habilidades, treinamento e técnicas específicas para determinadas funções, o mercado de trabalho exigirá cada vez mais competências sócio-emocionais, como pensamento crítico, capacidade de gestão, habilidade de liderança, resolução de problemas, postura de desenvolvimento pessoal e resiliência.

“O mercado exigirá cada vez mais um profissional empático, que tenha a competência de ouvir o outro”, enfatiza ela.

Quem compartilha do mesmo pensamento é a pesquisadora Samantha Mazzero. De acordo com ela, há necessidade também de competência em ouvir o outro e ter empatia.

“Será necessário um profissional que saiba lidar com as dificuldades que a equipe tem, que saiba viver em sociedade e trabalhar em um time e que não busque somente os melhores resultados, mas a satisfação pessoal e profissional”, completa.

Algumas profissões acabam, outras se modificam e segmentam

Quando se fala em futuro, o questionamento que fica é se algumas profissões vão acabar. De acordo com pesquisa feita pela empresa de recursos humanos Korn Ferry, a previsão é de que se tenha 5,7 milhões de postos com funcionários sem competência ideal ou vagos até 2030.

A resposta é que os empregos não serão substituídos, mas sim modificados e qualificados, como reforça a pedagoga Leila di Pietro.

A especialista exemplifica a mudança de perfil de um funcionário de caixa de super-mercado, que não deixou de existir, mas sim se modificou e se adaptou com o surgimento de novas tecnologias.

E, para isso, a função requer um profissional ainda mais adaptado.

“O mercado pode tirar alguém de uma ocupação e colocar em outra mais qualificada, de forma que exija formação para ela. Exemplificando, um caixa de supermercado pode perder o cargo, mas pode ser transferido para uma outra área no mesmo local”, completa.

Déficit na área de TI

Ainda, há algumas áreas que necessitam de mais profissionais e apresentam uma escassez no mercado de trabalho. Na área da tecnologia, por exemplo, um estudo da Acate (Associação Catarinense de Tecnologia) apontou que há cerca de 5,2 mil vagas abertas na área de tecnologia no mercado, por absoluta falta de profissionais especializados.

Outro dado reforça o déficit na tecnologia. Conforme pesquisa realizada pela Brascom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais), a estimativa é de que o déficit de profissionais de TI deve chegar a 797 mil até 2025.

Em relação à escassez de profissionais no mercado, a pedagoga Leila Di Pietro explica que um dos motivos é a falta de especialização, de cursos de qualificação e de graduação.

“Por isso, reforço a importância das instituições de ensino criarem cursos ainda mais especializados para capacitar profissionais e jogá-los no mercado muito mais qualificados. A área da tecnologia, por exemplo, será ainda mais segmentada, ramificada”, completa.

Profissional que quebrar paradigmas terá espaço sempre

A analista de inteligência estratégica do Senac Florianópolis, Juliana Côco, completa que será exigido cada vez mais uma quebra de paradigmas, além de aprendizagem contínua e aperfeiçoamento.

Afirma também que inteligência emocional e criatividade são importantes para um perfil profissional.

Por conta da velocidade do mundo atual, Juliana complementa sobre a importância de ser um profissional que dê conta da “velocidade das mudanças”, ou seja, mais flexível e adepto às novas mudanças.

Além de noções de tecnologia, já que vai fazer cada vez mais parte das profissões, e das competências sócio-emocionais, o profissional do futuro deverá ter habilidades em matemática, estatística, além da parte analítica e crítica e pesquisa de dados, conforme estudos da pesquisadora da USP, Samantha Mazzero.

Além disso, a pedagoga do Senac, Leila di Pietro, reforça a importância de se experimentar diversas áreas, de conhecer e transitar em diferentes ocupações e abrir o leque de opções.

“A tendência antes era escolher uma área e trabalhar em uma só empresa pelo resto da vida. Para o futuro, é importante que se tenha conhecimento em várias áreas e abra o leque de opções. Não necessariamente escolher só um segmento”, completa.

Tendências do mercado envolvem a tecnologia

A analista de inteligência estratégica do Senac Florianópolis, Juliana Côco, enfatiza que a tecnologia vai fazer parte de todas as profissões, portanto, será necessário o conhecimento na área, mesmo que a profissão não seja especificamente de tecnologia.

Ela ainda ressalta que as profissões que estarão em alta são relacionadas à área de tecnologia e de dados, como Big Data e cientista de dados. Além disso, vão fazer parte do futuro profissionais de computação, engenharia, segurança digital e inteligência artificial.

Economia criativa, economia verde, marketing e vendas, desenvolvimento de produtos e experiência do usuário, profissionais de bem-estar e cuidados como terapeutas, além de profissões ligadas a políticas ambientais, sociais e de governança são alguns dos temas destacados pela profissional.

Assim como Juliana Côco, a doutora em administração e especialista em marketing e gestão de empresa, e pesquisadora do Profuturo (Programa de Estudos do Futuro), da USP (Universidade de São Paulo), Samantha Mazzero, explica que a tecnologia, por exemplo, estará cada vez mais presente e vai fazer parte de todas as profissões, mesmo aquelas que não são da área tecnológica.

Na educação, a tendência também é que se tenha um professor mais orientador e mais organizado, o que requer também a competência de tecnologia para o modelo híbrido (online e presencial).

Já a área da saúde exigirá cada vez mais a formação de microbiologistas, além de especialistas nas áreas de psiquiatria, neurologia, estudos biológicos e farmacêuticos.

A tendência é que se tenha mais profissionais na área de engenharia e análise de dados, engenharia de desenvolvimento e programação. Além disso, profissionais equipados em sustentabilidade, análise social, análise de riscos, atividades sociais, economia e pesquisa de comportamento também terão presença forte.

Além da gestão de informação e proteção de dados, a tecnologia formará especialistas em determinado tema, ou seja, haverá ainda mais aprofundamento, como reforça a pedagoga do Senac, Leila di Pietro.

Por: LARA HINKEL 

Redação
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