Aprenda jogando Fortnite: startup brasileira lança plataforma de educação gamificada

Fundada em 2019, a brasileira PlayMatch já criou a primeira liga escolar de eSports no Brasil e agora pretende utilizar os games como uma ferramenta educacional; entenda

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(Getty Images/Rafael Henrique)

A startup brasileira PlayMatch aposta em um ecossistema muito específico: levar educação para crianças através de jogos e games eletrônicos. Com exclusividade à EXAME, a startup anuncia uma plataforma própria para ensinar alunos de 12 a 17 anos utilizando seus jogos preferidos, como o Fortnite, como uma ferramenta educacional.

Segundo a última edição da Pesquisa Games Brasil sobre o consumo de videogames no país, 74,5% dos brasileiros jogam regularmente, um crescimento de 2,5% wem relação a 2021.

Foi esse cenário que levou a PlayMatch a desenvolver a primeira gamificada no Brasil: os jovens aprendem jogando os games do momento algumas skils que não são ensinadas nas escolas de ensino formal, desde pensamento lógico, empreendedorismo e liderança, à outras habilidades consideradas mais novas, como gestão de conteúdo digital, por exemplo. Mas, além disso, esses estudantes também recebem um reforço nas matérias de ciências na escola.

“O nosso foco é levar o eSport para dentro das escolas e para mostrar para esse jovens que há muito com o que aprender com esses games”, explica Gabriel Vinícius, CEO da PlayMatch.

A PlayMatch, que já possui uma parceria com mais de 8 mil escolas no Brasil para levar os games para dentro do ambiente educacional, aposta que a melhor forma de ensinar algo aos jovens é conversando diretamente na sua linguagem. 

Para isso, a empresa, diferentemente de outras edtechs, não desenvolve seus próprios jogos, mas utiliza os mais renomados e famosos games do mercado como ferramenta para ensinar esse tipo de conteúdo.

Um ótimo exemplo é o jogo desenvolvido pela produtora americana Epic Games, o Fortnite, um dos jogos mais jogados na atualidade.

Por meio do modo criativo do Fortnite (em que o jogador pode construir estruturas livremente pelo mapa), a PlayMatch, que conta com professores que entendem da disciplina e saibam jogar o jogo, a edtech disponibiliza aulas de física.

“Dentro do Fortinte, conseguimos, por exemplo, ensinar a fórmula da velocidade, utilizando os carros do jogo”, explica o CEO da startup.

A plataforma da PlayMatch Premium é oferecida no modelo freemium, em que os estudantes podem ter acesso gratuito a ligas escolares, desafios escolares de temáticas diversas como STHEM (sigla para Science, Technology, Humanity, Engineering e Mathematics, em inglês) e conteúdos com dicas de jogos e de criação de conteúdo.

Já na parte paga, que custa R$ 99,90 mensais, o aluno tem direito a uma trilha de conteúdo especial, onde vai aprender habilidades transversais, participar de missões, desafios, quests e poderá ganhar prêmios no Ranking PlayMatch.

“As aulas são gravadas dentro da plataforma, com um conteúdo multimídia e tudo gamificado. Tudo que o aluno faz gera uma pontuação e há diversos desafios e competições dentro das aulas, onde o aluno pode ir usando esses pontos para participar de missões e quests diferentes”, explica o CEO.

Para que o aluno consiga fazer parte da plataforma, há alguns requisitos básicos. Primeiro, o maior responsável pelo aluno precisa comprovar a matricula do jovem em alguma instituição de ensino e, acima de tudo, esse jovem precisa manter sua média de notas alta para continuar usufruindo da plataforma.

A PlayMatch dentro das escolas, junto com a Epic Games

O lançamento de uma plataforma própria voltada para a educação é só o mais recente passo da PlayMatch. A startup, desde 2019, já possui convênios com mais de 8 mil escolas pelo Brasil – e pretende chegar a 20 mil instituições parceiras nos próximos anos.

Para essas escolas, a startup leva esse conteúdo digital para dentro das grades escolares como uma atividade extra acadêmica e fornece a mão de obra necessária para que as aulas e os jogos comecem.

Além disso, a empresa também começa a desenvolver times e equipes competitivas para esses jogos, fomentando o próprio ecossistema do eSports no país. Depois de formadas, essas equipes de diferentes escolas podem competir entre si. A empresa criou a primeira Liga Escolar Brasileira de eSports, maior competição escolar de games no país.

Vinícius explica que desenvolver projetos com a Epic Games, mostra que os grandes players do mercado de desenvolvimento de jogos apostam pesado no Brasil – um dos maiores mercados consumidores do mundo do setor.

Embora o CEO não tenha divulgado abertamente o faturamento da empresa, à EXAME ele confirmou que a startup está em busca de um investimento de 3 milhões de dólares para ganhar tração no mercado e conseguir dobrar o número de escolas parcerias e expandir a base da sua recém lançada plataforma.

Como utilizar a plataforma da PlayMatch

Os alunos que se interessaram com a proposta da PlayMatch devem acessar o site oficial da plataforma e criarem sua conta por lá. Após isso, devem escolher as aulas que gostariam de assistir.

– (PlayMatch/Divulgação)

A plataforma, que lembra um menu de algum jogo, embora possua uma versão paga, pode ser acessada por qualquer um por meio da sua versão gratuita.

Por:  Allan Gavioli

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