O relatório destaca que a indústria pesada deve ser o foco principal para atingir a descarbonização

Uma nova pesquisa realizada pela empresa Accenture a partir da análise de compromissos voltados para atingir o net zero, atividades de descarbonização e dados de emissões das 2.000 maiores empresas do mundo, indica que menos de uma em cada cinco (18%) está atualmente no caminho certo para atingir emissões líquidas zero em suas operações até 2050, e que mais de um terço (38%) afirma que não pode fazer mais investimentos em descarbonização no atual ambiente econômico.

Contudo, o estudo aponta que os líderes da indústria podem quebrar este impasse em apenas três anos, se adotarem estratégias de descarbonização que permitam a reinvenção da indústria intensiva em energia – como siderurgias, metais, mineração, cimentos, produtos químicos, frete e logística –, cujas operações geram 40% do total das emissões globais de CO2.

“É promissor ver novamente um aumento nos compromissos públicos com metas líquidas zero neste ano, mas a adoção de medidas-chave de descarbonização não é uniforme, com algumas empresas ainda incapazes de dominar o básico”, disse Jean-Marc Ollagnier, CEO da Accenture para Europa, Médio Oriente e África, em comunicado.

Segundo ele, “alcançar as emissões líquidas zero é uma oportunidade única para todas as organizações se reinventarem e às suas cadeias de valor, alinhando o crescimento dos negócios com o imperativo das emissões líquidas zero, apesar dos muitos obstáculos que devem superar”.

A pesquisa constatou também que a economia da descarbonização e o desalinhamento estrutural entre as indústrias estão no centro daquilo que restringe o progresso. Diante disso, é necessário melhorar o acesso e a disponibilidade de energia acessível e de baixo carbono, reforçar a confiança na viabilidade comercial dos produtos com baixo teor de carbono e abordar as preocupações sobre a gestão dos custos.

“A descarbonização rápida e acessível da indústria pesada requer uma ação coletiva em toda a cadeia de valor e uma transformação urgentemente comprimida. Acreditamos que isto pode quebrar o impasse econômico, inspirando novos níveis de crescimento e ajudando a acelerar o net zero em apenas três anos de foco”, pontuou Stephanie Jamison, líder de prática da indústria de recursos globais e líder de serviços de sustentabilidade global na Accenture. “Se a indústria pesada for sobrecarregada com o custo total da descarbonização e não conseguir cumprir as metas líquidas zero, todas as indústrias irão falhar.”

Para eliminar as compensações do crescimento econômico e avançar para as emissões líquidas zero, o relatório da Accenture estabelece três pontos que devem ser adotados nos próximos três anos:

– direcionar prêmios verdes para financiar a primeira fase da descarbonização industrial

– expandir a energia de baixo carbono e o hidrogênio mais rapidamente para garantir um fornecimento seguro e acessível

– reduzir as despesas de capital e operacionais relacionadas com infraestruturas de baixo carbono.

“Para proporcionar o crescimento empresarial necessário para colocar as emissões líquidas zero de volta ao alcance, estes imperativos devem ser executados em paralelo e dimensionados para atender o momento, começando agora mesmo. As partes interessadas em todo o mundo – entre indústrias e governos – devem unir-se para criar uma nova fronteira para a economia da descarbonização, dando à indústria pesada uma base sólida para a reinvenção”, completou Jamison.

Texto: Redação, do Um Só Planeta