sábado,21 setembro, 2024

Antibiótico que muda de forma poderá ser solução para superbactérias

Como forma de combater os vírus e as bactérias que estão cada vez mais resistentes aos antibióticos, um laboratório em Nova York desenvolveu espécie de droga mutante, que muda de forma e se torna capaz de combater superbactérias e até infecções mortais.

A medicação apresentada pelo Cold Spring Harbor Laboratory (CSHL) é um antibiótico que se modifica reorganizando seus átomos, apresentando mais de um milhão de configurações em sua estrutura química.

No desenvolvimento desse projeto, a equipe liderada pelo professor John E. Moses utilizou o processo molecular desenvolvido pelos cientistas Carolyn Bertozzi, Morten Meldal e Barry Sharpless – esse último vencedor do Prêmio Nobel em 2022.

O laboratório publicou relatório contando as etapas desse estudo. Confira:

  • A ideia de desenvolver antibióticos que mudavam de forma foram pensados por Moses enquanto observava tanques em exercícios de treinamento militar. Com torres rotativas e movimentos ágeis, os tanques poderiam responder rapidamente a possíveis ameaças;
  • Após alguns anos, o professor descobriu a molécula fluxional bullvalene. Esse tipo de molécula permite que seus átomos mudem de posição, garantindo forma mutável e com mais de um milhão de configurações;
  • Várias bactérias, incluindo MRSA, VRSA e VRE, desenvolveram resistência a potente antibiótico chamado vancomicina, usado para tratar tudo, desde infecções de pele até meningite. Moses pensou que poderia melhorar o desempenho de combate a bactérias da droga, combinando-a com a bullvalene;
  • Ele se voltou para a química do clique (vencedora do Prêmio Nobel), tecnologia que “clica” as moléculas juntas de forma confiável – tornando as reações mais eficientes para uso em larga escala;
  • A partir dessa técnica, Moses e seus colegas criaram novo antibiótico com duas “ogivas” de vancomicina e um centro flutuante de bullvalene.

Os testes foram feitos em parceria com a Dra. Tatiana Soares da-Costa, da Universidade de Adelaide, na Austrália. Os pesquisadores deram a droga a larvas de mariposa de cera infectadas por VRE – método comum para testar antibióticos. A partir disso, eles descobriram que o antibiótico mutante é muito mais eficaz que a vancomicina na limpeza dessa infecção mortal.

As bactérias não desenvolveram resistência a essa medicação. Com essa conclusão, o professor pontua que essa descoberta pode permitir a criação de infinidade de novas drogas, que poderão ser fundamentais para a sobrevivência humana.

“Se pudermos inventar moléculas que signifiquem a diferença entre a vida e a morte […] essa seria a maior conquista de todos os tempos”, afirmou o professor.

Fonte: Olhar Digital

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