sexta-feira,22 novembro, 2024

Antes fabricante de TV, Philips agora só pensa em tecnologia para saúde

Pouco mais de uma década atrás, a Philips (PHGN34) tomou uma decisão arriscada: decidiu parar de fabricar televisores, um dos seus produtos mais conhecidos e vendidos globalmente. Na época, a divisão fabril começava a disputar espaço com vários concorrentes asiáticos, que já conseguiam oferecer tecnologia a preço baixo.

Apesar da mudança de estratégia, a marca não saiu das prateleiras, mas se transformou em outro tipo de fonte de receita. A empresa optou por ceder sua identidade para que outras indústrias usassem, e passou a receber uma participação pelo uso do logo. Por isso, ainda é bastante comum que se encontre televisores, lâmpadas e outros equipamentos com a logomarca da Philips, mas a maioria deles é fabricado por parceiras.

“Por carregar a marca Philips, muitas pessoas ainda pensam que nós fabricamos esses itens”, comenta Patrícia Frossard, CEO da Philips Brasil, ao InfoMoney. “Temos várias divisões de negócios e uma delas é a de gestão dos royalties que as empresas pagam para utilizar a nossa marca e que é um negócio extremamente rentável”.

Desde sua saída da produção de televisores, o foco da Philips se voltou para a divisão de saúde, que tem se desenvolvido globalmente desde o seu lançamento e deu plano de fundo para o lançamento da marca, ainda nos anos 1890. Atualmente, a linha de tecnologia em saúde se divide entre softwares e equipamentos para clínicas e hospitais, no modelo B2B, e em cuidados pessoais, com ênfase no consumidor final.

“Dentro do portfólio de produtos, a companhia analisou o mercado do futuro e entendeu que energia e saúde eram dois mercados disruptivos. Como já atuava em saúde, este foi um movimento natural, então começou a ser feito um processo de se desfazer de outras unidades de negócios. Todas as vezes que nos desfazíamos de um negócio, reinvestíamos no setor de saúde”, detalha Frossard.

No ano passado, o grupo Philips registrou um crescimento de 4% nas vendas, subindo os resultados para 17 bilhões de euros, equivalente a R$ 93 bilhões. Segundo o relatório publicado na bolsa de valores de Amsterdã, o resultado mais positivo veio da divisão de tratamento e diagnósticos, que cresceu 6,2% no ano, atingindo a marca de 9,1 bilhões de euros.

No comparativo com outras empresas de tecnologia para saúde, considerando o faturamento anual, a Philips integra o top 10, um pouco distante da Medtronic, Abbott e Johnson & Johnson, mas colada na GE Healthtech.

“Temos vários produtos que chegam a casa do consumidor, como os de bem-estar, mas os outros são menos diretos. Mesmo assim, os pacientes identificam a marca quando vão fazer uma ressonância magnética, por exemplo, e até se familiarizam por ser a mesma marca de sua TV”, diz a executiva.

Advogada de formação, Patrícia chegou ao cargo mais alto da companhia há 4 anos, mas circula pelos bastidores há cerca de 10 anos, liderando a área jurídica, depois de uma longa carreira na PepsiCo. “Isso é um pouco novidade, porque não vemos muito os advogados tomando esse papel de liderança, apesar de eu achar que eles têm bastante vantagem, em razão de serem bons negociadores. No final, o papel do CEO é muito disso, de relacionamentos e de diplomacia”, avalia.

Fonte: IM

Redação
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