Segundo dados levantados pela Comissão de Informações de Mercado (Coinf), do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), o mercado de medicamentos veterinários em 2022 no Brasil, registrou um novo crescimento no valor movimentado, estimado em dezembro, na faixa de 10%, alavancado pelo mercado de cães e gatos e de ruminantes.
Além disso, de acordo com o mesmo sindicato, somente em 2021, mais de 90% das vacinas para gado foram fabricadas no Brasil, o que mostra como o país se dedica ao controle de doenças, permitindo que o setor de agronegócio cresça. É importante destacar que neste cenário, o Brasil é autossuficiente na produção de vacinas, garantido ótimos resultados.
Quando um grupo de animais fica protegido até o fim da cadeia produtiva, torna-se mais difícil a disseminação de doenças. Além disso, animais com saúde geram mais produtividade para o agronegócio e alimentos mais saudáveis para a população. Assim, cada vez mais se fortalece o movimento de vacinação dos animais também beneficiado pela produção nacional.
Hoje, o desenvolvimento de vacinas para animais segue basicamente o mesmo modelo produtivo que as vacinas humanas. De forma geral, é iniciada com a aquisição e produção de um banco de célula e um banco de um determinado antígeno que pode ser viral ou bacteriano. A produção desses antígenos dará origem as vacinas atenuadas, inativadas ou de derivados proteicos, por exemplo. É preciso destacar nesse cenário que empresas produtoras de vacinas e medicamentos estão sempre buscando inovações que gerem mais produtividade e que atendam as normas de qualidade exigidas nos mercado interno e externo. Portanto, quanto mais o Brasil investir em tecnologias que visem otimizar a produção desses imunizantes, utilizando a mesma área produtiva e ainda com maior rendimento, maior será a quantidade de vacinas de qualidade disponíveis no mercado.
Atualmente, ganham destaque na produção nacional estados como São Paulo, Minas Gerais e Paraná, porém, podemos esperar um crescimento em várias regiões, já que o consumo de proteína animal segue em alta e, com isso, a produção de vacinas deve acompanhar esse movimento.
Por fim, concluo que a produção nacional de vacinas para animais impacta diretamente a economia brasileira e, por isso, quanto mais o país estiver focado na produção de alta qualidade, maiores serão os benefícios para o agronegócio e população. Assim, as tecnologias que permitem que laboratórios produzam mais utilizando o mesmo espaço físico, vão se fortalecer como ferramentas para o sucesso.
Luiz Gustavo Mendes é Cientista de Aplicações de Campo da Corning na América do Sul, uma das líderes mundiais em inovação da ciência de materiais que desenvolve produtos para as áreas de comunicações ópticas, eletrônicos móveis de consumo, tecnologias para displays, automóveis e ciências da vida.
Fonte: Piar Comunicação